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sexta-feira 15 novembro 2024
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Coluna Espírita – Juventude e Família

• Ivan de Albuquerque – Psicografia de Raul Teixeira/Niterói – RJ
Compreensível, com base no entendimento da Lei de Causalidade, que as pessoas se encontrem agrupadas em família, enquanto na Terra, a fim de que possam, no decurso dos dias, lograr os objetivos maiores da Vida, quais sejam os da renovação individual, da harmonização do grupo, com vistas ao futuro eterno, de auto conquista e de felicidade.
Torna-se bastante nítida, dentro do enfoque reencarnacionista, a ocorrência de choques múltiplos entre individualidades distintas, com bagagens diferentes, cada uma no ponto evolutivo em que se acha, determinando conflitações inúmeras de consequências diversas.
Entretanto, tais episódios de desencontros e tormentos, se são passíveis de virem a dar-se, não deverão ser tomados como regra insuperável, tornando-se obrigatória a injunção problemática, quando as diferenças existentes entre os seres devem servir-lhes ao enriquecimento geral e para o aproveitamento particular, de conformidade com a maturidade de cada qual.
Desse modo, dirigimo-nos ao coração juvenil para uma singela quão grave sugestão: aproveitar o ensejo da família consanguínea, usufruindo as bênçãos do lar, as ensanchas de progressos e lutas que, sem dúvida te foram ofertadas pelo Criador.
A família, meu amigo, não deve ser vista como a equipe enfadonha, que está no mundo para aturdir-te as horas, empanar-te a alegria ou inibir-te a vontade.
Ao mesmo tempo, não tomes o grupo familiar por um conjunto de serviçais sempre postos a atender-te os caprichos ou desejos quaisquer.
Será necessário, ainda, para tua ventura pessoal, que não guardes os familiares como uma banca de criaturas passivas e inconscientes, sempre pronta a te suportar o temperamento atrabiliário ou vicioso, alucinado ou irrefletido.
Teus afetos ou desafetos familiares são-te instrumentos de evolução, sem dúvida.
Dos afetos da tua afinidade, recolherás ocasião de desenvolveres alegria, em clima de compreensão e festa n’alma, absorvendo dessa convivência os elementos dos quais tua carência sente falta.
Entrementes, daqueles com quem não tenhas tanta aproximação ou afinidade, ou mesmo por quem guardes aversão, deverás buscar a verdadeira imagem, a de profundidade, aquela que nem sempre mostram, uma vez que, quase sempre, conduzem na intimidade problemas iguais ou bem semelhantes aos teus.
Com eles conseguirás exercitar a tolerância, a paciência e demais sentimentos maduros, sem pieguismos, sem que te faças vítima, uma vez que agora compreendes por que te jungiste a esses corações.
Se passeias no mundo nas faixas da mocidade corporal, conduzindo- te por psicologias libertárias, por filosofias de independências, não te olvides das razões pelas quais o Senhor alojou tua existência junto a dos teus familiares.
Se quiseres, em nome do livre-arbítrio, te poderás evadir de tal convívio…
Quando não suportes os fardos das pelejas, tens a possibilidade de relegar os companheiros da rota doméstica, marchando em novas estradas…
Porém, mais dia, menos dia, retornarás às mesmas paragens espirituais e morais que hoje tenhas abandonado, tendo as tuas razões profundas, que somente Deus e tu conhecem, na condição de elementos de atenuação ou de agravamento para os indispensáveis resgates.
Jovem, tu que prezas o amor e louvas a paz, tu que anelas servir ao Cristo sob a ótica do Espiritismo, que te dilata a visão de todas as razões, de todos os motivos de dor, frustração ou júbilos da atualidade, busca crescer com tua família.
Dá-lhe a mão o quanto possas.
Envolve teus pais, se atormentados, com teu carinho e entendimento de espírita.
Guarda os teus pais, se devotados e nobres, no bojo da tua gratidão e apreço, aos quais o Espiritismo te induz.
Quando irmãos estouvados, negligentes ou viciosos componham-te a moldura doméstica, não te agastes em demasia. Ama-os com a tolerância e o respeito que o Espiritismo te há ensinado, sem te dobrares ante as tormentas, sem te infelicitares com o comportamento alheio.
Contudo, coopera sempre, oferece-te sempre, atende sempre, pois a luz é convocada toda vez que a treva ameace ou atue.
Mas, se fores tu mesmo o elemento de discórdia e desavenças em teu lar; se te fazes exigente com os outros e te esqueces na leviandade, como centro de egoísticos procedimentos, pensa que te encontras enfermo. Imagina-te sob torva insinuação obsessiva, para cujo processo ofereces guarida. Em sendo assim, ora e trabalha, renova-te e estuda os vários porquês, ajustando-te ao equilíbrio e à bondade para contigo mesmo e para com os teus, certo de que será por teus esforços e com a cooperação do teu clã doméstico, da tua família, que sairás da Juventude para caminhares na faixa de saúde ética e conforto moral, sem perderes a ocasião que a vida no Orbe te propicia.