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quinta-feira 14 novembro 2024
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Coluna Espírita – Igualdade de Direitos do Homem e da Mulher

• José Passini – Juiz de Fora/MG
Em muitos registros contidos no Novo Testamento, verifica-se claramente que Jesus, contrariando os costumes da época, sempre tratou a mulher em nível de igualdade em relação ao homem, embora o tratamento discriminatório fosse usual até da parte dos Apóstolos, que sempre enfatizavam sua condição de servidora e não de par no colegiado de Jesus, conforme se observa nos Evangelhos:
E estavam ali, olhando de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galileia, para o servir. (Mt, 27: 55).
E Joana, mulher de Cusa, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com suas fazendas. (Lc, 8: 3).
As quais também o seguiam, e o serviam, quando estava na Galileia; e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém. (Mc, 15: 41).
Entretanto, é lícito se pergunte: Será que Jesus não desejou demonstrar seu apreço pela atuação das mulheres durante o seu apostolado, aparecendo primeiramente a Maria Madalena na sua primeira manifestação em corpo espiritual?
E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios. (Mc, 16: 9).
Também nesse particular, o Espiritismo traz de volta os exemplos dignificantes de Jesus em relação à mulher.
Kardec observou a atuação corajosa de mulheres, tanto durante o período da missão de Jesus, como, principalmente, nos primeiros tempos do movimento cristão. Observando as mulheres subjugadas na sociedade do seu tempo e em posição de absoluta subalternidade nas religiões, que as discriminavam – e quase todas as discriminam até os dias atuais –, o Codificador soube buscar nos ensinamentos e nos exemplos de Jesus, contidos no Novo Testamento, elementos que lhe permitiram dialogar com os Espíritos Superiores a respeito da igualdade de direitos do homem e da mulher. Poderia Kardec fazer sólida defesa dos direitos da mulher, face à sua condição de humanista e de educador, mas preferiu obter a manifestação dos Espíritos Superiores com os quais dialogava:
São iguais perante Deus o homem e a mulher, e têm os mesmos direitos?
Não outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir? (O L. E., item 817).
Deve-se notar que os Espíritos julgaram a questão não merecer comentários mais extensos, dada a clareza da resposta,
Esse posicionamento cristão relativamente à mulher foi tomado por Kardec em 1860, nove anos antes da publicação da obra “Sujeição das Mulheres”, de Stuart Mill, que é tida como uma das molas propulsoras do movimento feminista no mundo.
Acha-se registrado na obra O Livro dos Espíritos o diálogo que Kardec manteve com os Espíritos Superiores, ao qual aduziu alguns comentários, pelos quais defende a igualdade dos direitos do homem e da mulher, enquanto as demais correntes cristãs mantinham, e ainda mantêm em seu próprio seio, posições altamente discriminatórias, em que a mulher continua como subalterna, malgrado os exemplos dignificantes de Jesus.