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segunda-feira 25 novembro 2024
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Coluna Espírita – Gestação e passes

• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador – Londrina/PR
A mulher quando no período da gestação pode ou não trabalhar na aplicação de passes? Qual a obra que nos traz esta orientação?
Ignoramos se existe nas obras espíritas alguma restrição a que a gestante possa ministrar passes. Se a gestação ocorre em condições normais, não vemos motivo para que ela se abstenha tão somente pelo fato de estar grávida.
Diferente é o entendimento com respeito à sua participação nos trabalhos mediúnicos de desobsessão ou de atendimento a entidades sofredoras.
Conforme já dissemos em outra oportunidade, o saudoso confrade e estudioso espírita Martins Peralva desaconselhava a participação de mulheres grávidas nos trabalhos mediúnicos a partir do 3º mês de gestação. O assunto foi por ele tratado no cap. 9 do seu livro Estudando a Mediunidade.
A abstenção da gestante nos trabalhos mediúnicos tem por objetivo preservar o Espírito reencarnante das vibrações negativas oriundas da entidade comunicante, uma vez que, estando a mente da criança intimamente associada à da gestante, naturalmente se associará, também, à do Espírito, já ligada à alma do médium, consoante Martins Peralva demonstra graficamente na obra citada.
Evidentemente, se o médium tiver a certeza de que a sua faculdade será utilizada, exclusivamente, por Espíritos Superiores, a abstenção não se fará necessária, o que reforça o entendimento de que na atividade do passe não há motivos de ordem espiritual para a abstenção.
Sobre o assunto, Chico Xavier transmitiu recomendação idêntica à de Martins Peralva:
“No caso de nossas irmãs as mulheres, tão somente nas ocasiões de gravidez, após o terceiro mês de gestação do nascituro, devem abster-se da ação mediúnica, podendo permanecer, porém, na equipe de serviço espiritual para receberem auxílio.” (Cf. Passes, Desobsessão e Disciplina, por Adelino da Silveira, disponível em https://goo.gl/Ctc7MS )
O conhecido escritor Luiz Gonzaga Pinheiro tem, sobre o tema em discussão, idêntico pensamento:
“O Espírito enfermo ou obsessor, quando em contato com o médium, transferindo-lhe fluidos densos que são absorvidos e eliminados por este, que funciona como um fio-terra, amenizando a situação aflitiva do comunicante. Casos há em que o médium, ao traduzir a palavra de suicidas, cancerosos, tuberculosos em estado grave ou mesmo irmãos que atuam na quimbanda em rituais macabros, e, tomado de grande sufocação e pesar, experimentando no corpo as sensações que os enfermos e vampiros imprimem, chegando mesmo a ser desdobrado após a comunicação, para que seja atendido em locais saturados de fluidos vitais, ocasião em que lhe é devolvida a cota fluídica subtraída pelo contato enfermiço.
As sensações que o médium sofre nessas comunicações são as mesmas que os enfermos padecem. Quando a ligação fluídica é efetuada um ou dois dias antes da reunião, o medianeiro começa a mostrar os sintomas de sua companhia, quando é acometido de vômitos, dores intensas, falta de ar, arritmia, calafrios, formando um
quadro clínico que só é desfeito após a comunicação, quando a ligação já não existe.
Muitas vezes tenho assistido a queixas e exames clínicos de médiuns que, somente pelas comunicações que traduzem, são esclarecidos e curados através do afastamento da causa que deu origem aos distúrbios.
Por tais motivos, desaconselha-se à médium psicofônica a permanência na reunião desobsessiva, quando é evidente o seu estado gestatório, visto que a agressividade fluídica a que se expõe pode atingir o feto em formação, caso não haja proteção ostensiva por parte da equipe espiritual.
É sabido que, em seguida ao ato sexual, o perispírito do reencarnante em estado reduzido é ligado ao zigoto, processo que é orientado e assistido pelos Espíritos interessados naquele reencarne. A mãe, mentalizando e enviando ao filho propostas de paz e de aconchego, completa a proteção a que a criança tem direito.
Caso a gestante insista em atuar ostensivamente na área psicofônica, os mentores deverão realizar uma seleção entre os comunicantes para que somente os menos enfermos possam por ela transmitir suas aflições, o que deveria prolongar-se pelos três primeiros meses de gestação. Mesmo assim, é vital que a sua organização uterina em nada sofra perturbações, o que significa dizer que deve afastar-se dos trabalhos mediúnicos, podendo participar de palestras e demais atividades doutrinárias e sociais da casa espírita.
Passada a gravidez, o retorno ao trabalho é sempre um tônico salutar para a paz íntima de quem se fez servo do Senhor, através do auxílio aos irmãos de infortúnio.” (Cf. As médiuns gestantes podem “receber Espíritos?, por Luiz Gonzaga Pinheiro, disponível em http://goo.gl/dAWMtS)
Esperamos que as explicações acima satisfaçam à expectativa de nossos leitores.