• Yé Gonçalves – Governador Valadares/MG
A busca da felicidade tornou-se uma expressão de incentivo muito popularizada nos dias atuais, principalmente em palestras, livros e artigos de autoajuda.
Dentre tantos exemplos, podemos empregar o verbo buscar nas seguintes formas, conforme nossos dicionários:
esforçar-se, excessivamente, para encontrar algo ou alguém;
conseguir ou conquistar;
empenhar-se em conseguir algo com esforço próprio;
buscar forças de dentro de si mesmo para vencer desafios.
No primeiro momento, a expressão buscar a felicidade nos dá o entendimento de que a felicidade pode estar ao nosso lado ou em algum lugar distante, podendo a mesma ser representada por um objetivo a ser alcançado ou por um objeto a ser adquirido, ou por uma pessoa a ser conquistada ou por uma situação a ser vivenciada.
É muito comum ouvirmos expressões exclamativas do tipo:
Quando eu conseguir o emprego dos meus sonhos, eu serei feliz!
Quando eu conseguir o meu primeiro carro, eu serei feliz!
Quando eu conseguir me casar, eu serei feliz!
Quando eu conseguir a minha casa própria, eu serei feliz!
Logo, a felicidade, ainda, é algo que se busca sob a condição de um evento futuro e incerto, e que depende de um incentivo para a sua realização.
Dessa forma, seguimos a caminhada pela vida, buscando a felicidade no mundo exterior ao da consciência, isto é, através das conquistas materiais.
No segundo momento, ouvimos mais e mais depoimentos, daqueles que, após terem realizado as suas conquistas materiais, ainda não se deram por satisfeitos e continuam infelizes, reclamando e planejando novas conquistas no âmbito do mundo exterior ao da consciência.
Então, convém lembrarmos a célebre inscrição divulgada à humanidade pelos ensinamentos do filósofo Sócrates: – Conhece-te a ti mesmo!
E ainda: trazemos aqui o ensinamento do Mestre Jesus, quando Ele respondeu a Pilatos: – O meu reino não é deste mundo. (João, 18:36)
Pois, bem! Jesus responde aos fariseus que o reino de Deus não virá com aparências exteriores. Nem dirão: – Ei-lo ali, ei-lo acolá! Porque o reino de Deus está dentro de cada um de nós. (Lucas 17:20-21)
E mais: Não podemos nos esquecer da questão 621 de O Livro dos Espíritos, quando o Espírito de Verdade responde ao codificador, Allan Kardec, que a lei de Deus está inscrita na consciência.
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Todos nós nascemos e renascemos (= reencarnamos) para nos tornarmos melhores, mais aperfeiçoados e mais felizes. Ou seja: todos nós vivemos e convivemos em busca da felicidade.
Para isso, precisamos desenvolver o autoconhecimento, viajando em nossa intimidade, abordando os quesitos que necessitam de reformas, fazendo um mapeamento estrutural e organizacional da nossa casa mental, promovendo melhorias e o despertar da consciência para o bem coletivo, haja vista que a felicidade mora dentro de cada um de nós, onde está instalado o reino de Deus e inscrita a lei divina.
Diante do exposto, concluímos que a felicidade deve ser buscada e despertada no desenvolvimento do autoamor, através da valorização das pequenas coisas da vida, tendo como exemplo:
tocar numa flor, acariciando-a;
ceder o lugar aos mais velhos e aos que têm direitos especiais;
dar a devida preferência no trânsito;
cumprimentar as pessoas, desejando-lhes um bom dia, ou boa tarde, ou boa noite, mesmo que se tratem de desconhecidas;
cuidar de um jardim e sorrir para as pessoas e para a vida, e para si mesmo;
realizar trabalhos voluntários etc…
Assim, seguiremos a trajetória da vida, buscando e despertando a felicidade que já se encontra instalada dentro de cada um de nós, nos respectivos “mundinhos” das nossas intimidades.