• Maroísa Baio – Limeira/SP
“Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.”
Entre os judeus dos tempos de Jesus havia uma grande preocupação com a questão da pureza, desde os atos mais simples do dia-a-dia quanto aos relacionados com a religiosidade. Para os fariseus a pureza exterior passara a ser o símbolo da pureza interior.
Compreende-se assim o profundo alcance desta exortação de Jesus (Mateus 5:8). A verdadeira pureza, ensinava Ele, é a do coração e somente os que a conquistam estarão aptos a “ver a face de Deus”. Lembrava aos seus ouvintes o Salmo 11:7: “O Senhor é justo, ele ama a justiça, e os corações retos contemplarão a sua face”. Recordava também o Salmo 24:3-4: “Quem pode subir à montanha do Senhor? Quem pode ficar de pé no seu lugar santo? Quem tem mãos inocentes e coração puro, e não se entrega à falsidade, nem faz juramentos para enganar”.
Portanto, os judeus não desconheciam tais recomendações, mas estabeleceram regras exteriores para manter a aparência da pureza. Não por menos Jesus os denominava de hipócritas.
No livro “Parábolas e ensinos de Jesus” Cairbar Schutel ressalta:
“A limpeza de coração substitui o culto externo pelo interno. As genuflexões, as adorações pagãs, as preces cantadas e mastigadas nenhum efeito têm diante de Deus. O que o Senhor quer é a limpeza, a higiene do coração. Fazer culto exterior sem o interior é o mesmo que caiar sepulcros que guardam podridões!”
Entretanto, como se dá essa limpeza do coração? Cairbar responde:
“É ser bom, indulgente, caridoso, humilde, paciente, progressista; é, finalmente, renunciar ao mal para abraçar o bem; deixar a aparência pela realidade; preferir o Reino dos Céus ao Reino do Mundo, pois só dentro do supremo reinado poderemos ver a Deus!”
Como se pode notar, para alcançar a ventura da pureza de coração é preciso desenvolver as virtudes tratadas por Jesus nas cinco primeiras exortações: humildade, paciência, confiança, justeza, compaixão!
Nesta exortação, há outra questão importante que se destaca: Jesus afirma que os puros de coração verão a Deus ou verão a face de Deus.
Os Espíritos Superiores informaram a Allan Kardec, na primeira pergunta de O Livro dos Espíritos, que Deus é inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Deus é amor, afirmam eles! Uma concepção avançada de difícil entendimento para aqueles que ainda consideram o Criador com a feição de um homem velho com longas barbas brancas, sentado em um trono, vigiando a Criação.
“Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”, afirma o apóstolo João em sua primeira epístola (1 João 4:7-8). Portanto, ver a Deus não com os olhos materiais, mas com o sentimento, identificando a centelha divina em tudo e em todos! Amar a todos, sem distinção, significa vibrar em faixas mais elevadas conectando-nos com a essa fonte divina.
Tratando dessa bem-aventurança em O Evangelho segundo o Espiritismo (cap. 8), Allan Kardec afirma:
“A pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade e exclui todo pensamento de egoísmo e de orgulho; por isso Jesus toma a infância por emblema dessa pureza, como a tomou da humildade.”
A ingenuidade, a simplicidade e a pureza das crianças enternecem o coração dos adultos. Durante o período da infância, o Espírito ainda não manifestou suas tendências; por isso, ele é realmente ingênuo e puro. Jesus afirmou que o Reino dos Céus é para quem se assemelhasse a elas.
A pureza de coração representa grande conquista para o Espírito, um avanço significativo em sua trajetória evolutiva. É a virtude que identifica o Espírito a caminho da regeneração de si mesmo!
Coluna Espírita – Exortação à pureza!
jan 25, 2020RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – Exortação à pureza!Like
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