Autora: Maroísa Baio – Limeira/SP
“Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.”
Após exaltar a misericórdia e a pureza de coração, Jesus enaltece os construtores da paz, considerando-os como verdadeiros filhos do Altíssimo!
Importa ressaltar, mais uma vez, que Jesus se dirigia a uma multidão de aflitos. Nessa sétima exortação Ele os convida a se tornarem pacificadores! O convite foi dirigido a todos que O ouviam, sem nenhuma exigência, a não ser que fossem misericordiosos uns com os outros e buscassem a pureza de coração, tornando-se assim colaboradores da construção da paz!
Jesus não dirigiu essa exortação aos eruditos religiosos, nem aos influentes políticos; não afirmou ser necessária uma formação acadêmica como embaixadores ou diplomatas em relações internacionais. Mais uma vez não!
Entretanto, a exaltação à construção da paz não era desconhecida dos judeus. Nesta exortação, mais uma vez Jesus recorria a vários ensinamentos da Torá e dos profetas nos quais a paz era enaltecida. O profeta Isaías (9:5-6) denominou Jesus como sendo o Príncipe da Paz! Eis que Ele vem convidando a todos a se tornarem pacificadores, contribuindo para o surgimento de um mundo melhor!
No entanto, surge uma primeira dificuldade no exercício da pacificação. Como exercitá-la em nosso dia-a-dia? Como promover a paz em nosso ambiente doméstico, familiar, profissional, social, religioso? Para tanto, é preciso lembrar das exortações anteriores, sobretudo a da misericórdia. Sem compaixão pelo semelhante não é possível pacificar os que estão ao nosso redor! Os benfeitores espirituais ensinam que pacificar também é uma forma de caridade. Portanto, só pacifica aquele que está em paz consigo mesmo e com o Pai Criador!
Em nosso auxílio, os amigos espirituais registraram vários apontamentos em relação a pacificação, pela importância da aplicação dessa virtude neste período de transição pelo qual passamos, no qual somos constantemente testados nos valores cristãos. O benfeitor espiritual Emmanuel, no livro Ceifa de Luz (cap. 54), aconselha as seguintes posturas para a cultura da paz:
• respeitar as opiniões alheias como desejamos seja mantido o respeito dos outros para com as nossas;
• colocar-nos na posição dos companheiros em dificuldades, a fim de que lhes saibamos ser úteis;
• calar referências impróprias ou destrutivas;
• reconhecer que as nossas dores e provações não são diferentes daqueles que visitam o coração do próximo;
• consagrar-nos ao cumprimento das próprias obrigações;
• fazer de cada ocasião a melhor oportunidade de cooperar a benefício dos semelhantes;
• melhorar-nos, através do trabalho e do estudo, seja onde for;
• cultivar o prazer de servir;
• semear o amor, por toda parte, entre amigos e inimigos;
• jamais duvidar da vitória do bem.
O benfeitor conclui seus apontamentos aconselhando:
“Buscando a consideração de pacificadores, guardemos a certeza de que a paz verdadeira não surge, espontânea, de vez que é e será sempre fruto do esforço de cada um.”
Falta ainda uma consideração a fazer sobre esta exortação de Jesus. Por que teria Ele prometido o título de “filhos de Deus” aos pacificadores? Não somos todos filhos de Deus? Por que estabelecer uma prerrogativa para alcançar esse título?
A condição de filho implica no dever de conhecer a vontade de seu pai, obedecê-la e segui-la. Dessa forma, aquele que tem conhecimento das Leis Divinas, baseadas no amor a Deus e ao próximo, e as coloca em prática conquista o mérito íntimo de verdadeiro filho do Pai Criador, contribuindo com o estabelecimento do Seu Reino de paz e harmonia para toda a criação divina!
Coluna Espírita – Exortação à pacificação!
fev 13, 2020RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – Exortação à pacificação!Like