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terça-feira 24 dezembro 2024
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Coluna Espírita – Evidências

• Antônio Carlos Navarro – São José do Rio Preto/SP
As obras que eu realizo em nome do meu Pai testemunham estas coisas a meu respeito.
(Jesus – João 10:25)
Ainda nos dias de hoje o Senhor Jesus é visto como um produtor de fatos miraculosos, e por isso admirado, sem a mesma contrapartida em relação aos Seus ensinos morais.
Em A Gênese, cap. XIII, explica Kardec:
“Na acepção etimológica, a palavra milagre (de miracŭlum, admirar) significa: prodígio, maravilha; coisa extraordinária. A Academia definiu-a deste modo: Um ato do poder divino contrário às leis da natureza, conhecidas.
No entender das massas, um milagre implica a ideia de um fato extranatural; no sentido teológico, é uma derrogação das leis da natureza, por meio da qual Deus manifesta o seu poder.
Demonstrando que o elemento espiritual é uma das forças vivas da natureza, força que incessantemente atua em concorrência com a força material, o Espiritismo faz que voltem ao rol dos efeitos naturais os que dele haviam saído, porque, como os outros, também tais efeitos se acham sujeitos a leis. Se for expulso da espiritualidade, o maravilhoso já não terá razão de ser e só então se poderá dizer que passou o tempo dos milagres.”
Dada a condição humana no relacionamento com a materialidade, e os reflexos condicionados desenvolvidos ao longo de seu processo evolutivo, onde os instintos, dentre eles o de conservação do status quo, se sobrepõem à espiritualização, temos extrema dificuldade de “enxergar” o que está por trás dos fenômenos produzidos por Jesus.
Segundo Ele, faltava, e ainda faltam, “olhos de ver”, para enxergarmos que as obras de Sua produção eram o testemunho de Sua origem e grandeza, daí também faltar “ouvidos de ouvir” para compreensão e aceitação de Sua mensagem libertadora para o Espírito imortal.
Se os “milagres” do Senhor, que impressionavam e ainda impressionam, foram produzidos, o foram, evidentemente, poque teriam em si a sua utilidade, quais sejam o socorro aos necessitados e sofredores, tanto quanto, implicitamente, o chamamento ao raciocínio a respeito da origem dos fatos e resultados, que terminariam pela condução ao conhecimento dos poderes do Espírito, e da grandeza Divina, que permite a sua produção por todos os Seus filhos, bastando o desenvolvimento pessoal de cada um.
Mais dia, menos dia, no entanto, a “água viva” que o Senhor tem para oferecer saciará a nossa sede espiritual, na proporção em que adentrarmos a realidade espiritual, com as ferramentas do raciocínio lógico e sem preconcepções dogmáticas, porque a nossa verdadeira “natureza”, que é espiritual, falará mais alto em nossas consciências incipientes.
Os fatos miraculosos produzidos por Jesus atestam, portanto, Sua autoridade Moral e a veracidade dos Seus ensinos. É disso que se trata.
Pensemos nisso.