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sexta-feira 15 novembro 2024
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Coluna Espírita – Espiritismo e atualidade

• Ricardo B. de Oliveira – Juiz de Fora/MG
Característica importante da Doutrina Espírita é sua abertura para tudo que é bom ou útil, independente da origem. Esse ecletismo de pensamento torna o Espiritismo insuperável, pois tudo o que é novo e útil para a criatura humana vai sendo devidamente analisado pelos espíritas e, se importante, passa a ser assimilado por eles. Vejamos algumas contribuições recentes de fontes não espíritas.
Tempo de espera – Quanto tempo nós permanecemos no mundo espiritual, entre uma existência terrena e outra? Os Espíritos Superiores disseram a Kardec que esse tempo é muito variável, e depende da condição evolutiva de cada um. Os espíritos mais elevados permanecem mais tempo, enquanto os menos evoluídos reencarnam mais rapidamente. Léon Denis estabeleceu esse período médio como sendo de trinta anos. Mais recentemente, a Dr.a Helen Wambach, terapeuta reencarnacionista, com grande experiência em regressão de memória a vidas passadas afirmou que nós permanecemos mais ou menos 43 anos entre uma encarnação e outra. É possível que a gente reencarne uma vez em cada século.
Sem lamentações – Entrevistaram cem pessoas com mais de noventa anos perguntando se, caso elas pudessem recomeçar sua vida novamente, mudariam muita coisa. Quase todas disseram que sim. Estudar o passado para aprender com os próprios erros é sempre positivo e denota maturidade espiritual. No entanto, buscar o passado para lamentar o que podia ter sido e não foi pode causar amargura, e isso nada tem de salutar. Afirmou um autor americano: não existem escolhas certas e erradas e sim escolhas piores e melhores. O erro de ontem, quando devidamente identificado e prontamente corrigido nos arma de recursos para escolher melhor no futuro. Osho disse: cometa todos os erros possíveis, mas jamais cometa o mesmo erro mais de uma vez. Aconselha o benfeitor Emmanuel: Ergue-te, todos os dias, e faze o melhor ao teu alcance.
Câncer e afetividade – A causa do câncer é ignorada, mas muitos fatores já podem ser relacionados a ele, tais como mágoa, depressão e afetividade. Em um estudo relacionado com o tema, na Escola de Medicina da Universidade de Johns Hopkins, foram submetidos a um teste cerca de 1.100 alunos, na década de 1940. Os pesquisadores usaram um questionário chamado “Escala de Proximidade com os Pais” para medir a qualidade dos relacionamentos dos alunos com os pais. Todos esses alunos eram saudáveis. Mais de cinquenta anos depois, esses alunos foram investigados por pesquisadores daquela Universidade e chegou-se a uma conclusão notável. Os estudantes de medicina que mais tarde teriam câncer tinham sido aqueles que, anos antes, relataram maior falta de intimidade com os pais.
Jesus disse: cuida do seu semelhante como você cuida das pupilas de seus olhos. Atenção, afeto, gentileza e acolhimento são valores essenciais em nossa vida de relação e tornam-se obrigatórios junto às pessoas que estão mais próximas de nós.
Conhecimento e consciência – Algumas pessoas fazem diferença entre conhecimento e consciência. A consciência seria uma forma de conhecimento interiorizado, ou seja, que provoca modificações na pessoa. Um médico que fuma tem conhecimento de que o tabagismo é um mal, no entanto não tem consciência disso. Uma das coisas mais fascinante na história da ciência foram as investigações que Kepler realizou, por 18 anos, a fim de determinar matematicamente as órbitas dos planetas. Um estudante de mediana inteligência pode aprender as três leis que ele enunciou em poucos minutos. Todavia a diferença entre Kepler e o estudante é colossal. Assim nós entendemos por que a existência no mundo físico, através da lei da reencarnação é uma necessidade evolutiva. No mundo espiritual podemos aprender muitas coisas, adquirindo conhecimentos (como o estudante), mas somente no mundo físico encontraremos os elementos que nos permitam adquirir consciência a respeito das coisas e de nós mesmos (como o célebre cientista.).
Perdoar ou anistiar? – Lya Luft prefere o termo anistiar em lugar de perdoar. Segundo a conceituada escritora brasileira, a palavra perdão tem conotação religiosa e dá a ideia de que somos bonzinhos perdoando alguém. Em verdade quem perdoa faz bem a si mesmo e não ao outro, porque o outro, independente de nosso perdão, vai ter que se ver com a própria consciência. Ao perdoar, ou melhor, anistiar, nos libertamos do sentimento de mágoa, um dos sentimentos mais danosos para a personalidade humana. O Espírito Jesus Gonçalves, através da médium Célia Xavier, disse: A vítima que não perdoa está em pior situação espiritual que o algoz que se arrependeu do crime.
Fábula moderna – O homem estava pegando as chaves do carro (a mulher já tinha saído para levar as crianças à escola) quando tocaram a campainha. Vagamente irritado, ele abre a porta e se depara com o Anjo da Morte.
– Vim buscar você.
Não era preciso explicar, o homem entendeu na hora. Não havia como escapar. Mas, acostumado a negociações, tentou argumentar:
– Vem cá, me dá uma chance.
– Tudo bem, argumentou a morte, eu te dou uma chance, se você me der três boas razões para não vir comigo desta vez.
O homem aprumou-se; era um bom negociador. Mas quando abria a boca para começar sua ladainha
de razões, o Anjo ergueu um dedo imperioso e disse:
– Espera aí. Três boas razões, mas … não vale dizer que seus negócios precisam ser organizados, sua família não está garantida, sua mulher não sabe assinar cheque, seus filhos nada sabem da realidade. O que interessa é você, você mesmo. Por que valeria a pena ainda te deixar por aqui algum tempo?