• Francisco Rebouças – Niterói/RJ
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador,
para que fique convosco para sempre.” Jesus – (João 14:16)
Já não nos resta qualquer dúvida quanto à finalidade da Doutrina Espírita como sendo o Consolador Prometido. Como efeito principal, o Espiritismo trouxe entendimento ao homem para melhor compreender e aceitar a justiça das aflições pelas quais passa no seu momento presente, percebendo as causas precedentes de suas ações equivocadas e a necessidade de resgatar seus débitos perante as Leis Divinas, através do trabalho, muitas vezes espinhoso, doloroso e pessoal em busca de sua reforma íntima.
A Doutrina Espírita é a religião do livre exame, sem poderes humanos que lhe domine as manifestações, por isso, na condição de doutrina é um conjunto de ensinamentos lógicos, visando ao aperfeiçoamento moral e espiritual do homem, sem que possamos negar-lhe a grandeza. Embora, em termos de interpretação, não nos esqueçamos que a visão da verdade não é igual para todas as inteligências em múltiplos graus evolutivos que transitam na Terra.
O Espiritismo infunde inabalável fé no futuro, dirimindo dúvidas e desenvolvendo nos indivíduos o raciocínio sobre a realidade indiscutível do amor e da bondade de Deus, contidos em suas Leis e que regem os destinos das criaturas na Terra.
O homem entende que não está no mundo pela primeira vez e que sobre existirá à morte física. Sabe que continuará vivo, seguindo seu destino que é a evolução, a caminho da perfeição relativa e que dependerá, exclusivamente, de seus esforços em vencer os desafios que a vida lhe propõe.
Através do estudo da reflexão raciocinada dos postulados espíritas, que leva sempre em consideração a lógica e o bom senso dos argumentos, presentes em sua codificação, oferece ampla visão da vida e dos seus objetivos. As Leis de Deus perfeitas e imutáveis ficam cada vez mais fáceis de serem compreendidas, em seus fundamentos de levar o homem a buscar sua essência, investindo em sua evolução moral.
“O Evangelho a ninguém engana, em seus ensinamentos.
É vulgar a preocupação dos crentes tentando subornar as forças divinas. Não será, no entanto, ao preço de muitas missas, muitos hinos ou muitas sessões psíquicas que o homem efetuará a sublime aquisição de espiritualidade excelsa.
Naturalmente, toda prática edificante deve ser aproveitada por elemento de auxílio, no entanto, compete a cada individualidade humana o esforço iluminativo.
A Boa Nova não distribui indulgências a preço do mundo e a criatura encontra inúmeros caminhos para a ascensão.” (1)
Através da Boa Nova, o homem tomou conhecimento que é de origem Divina, que ninguém está fadado ao sofrimento eterno, que todos somos iguais perante as Leis do Criador, que ninguém é privilegiado e teremos incontáveis oportunidades de refazer nossos caminhos, e que para isso, podemos contar com o socorro dos Espíritos Superiores que, em nome de Deus, assistem e conduzem-nos pelos caminhos pedregosos e tortuosos da evolução.
Dessa forma, é urgente que nos decidamos por empregar todos os nossos recursos para começar o trabalho do nosso burilamento íntimo, encarando os sacrifícios, as dificuldades e os obstáculos que, certamente, estarão em nossos caminhos, sem desânimo ou fraqueza, certos de que todo esforço empregado agora resultará em valioso ganho moral e espiritual que desfrutaremos mais à frente.
Quanto mais o homem enriquece e se ilumina com as páginas benditas do Evangelho de Jesus, mais convencido fica do poder espiritual que é possível se adquirir pelo conhecimento e prática do amor nele contidos, adquirindo a posse de tesouros eternos e imensuráveis.
Referências:
(1) XAVIER, Francisco Cândido. Espírito Emmanuel. Livro Pão Nosso, cap.159.