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domingo 24 novembro 2024
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Coluna Espírita – Em que consiste, afinal, o chamado método kardequiano?

• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador – Londrina/PR
Este assunto veio à tona numa resposta dada pela revista a uma leitora de Toronto, Canadá.
Lembrou-se na ocasião que o Espiritismo, embora tenha a sua feição religiosa e seja igualmente uma doutrina filosófica, jamais pode perder suas características de ciência de observação, que ele é, a qual não admite como ponto doutrinário senão o que tenha passado pelo crivo a que Kardec submeteu os ensinos que, no seu conjunto, conhecemos pelo nome de doutrina espírita.
Se o Codificador não tivesse o cuidado que teve em sua tarefa de codificação dos ensinamentos espíritas, certamente o Espiritismo não existiria, uma vez que, de 1857 até esta data, a Ciência experimentou um avanço vertiginoso e, no entanto, nada abalou os princípios, os fundamentos, a estrutura da doutrina que abraçamos.
Não nos esqueçamos de que Kardec viveu numa época em que não havia máquina de escrever, nem rádio, nem automóvel, nem televisão. Os estudos de Einstein, a mecânica quântica e tudo o que diz respeito à eletrônica lhe são posteriores.
Herculano Pires sintetizou em 4 pontos o método que o Codificador adotou na tarefa a que se propôs:
1º – Escolha de colaboradores mediúnicos insuspeitos, do ponto de vista moral, da pureza das faculdades e da assistência espiritual.
2º – Análise rigorosa das comunicações.
3º – Controle dos Espíritos comunicantes, através da coerência de suas comunicações e do teor de sua linguagem.
4º – Consenso universal, apurado pela concordância existente entre as várias comunicações, recebidas por meio de médiuns diversos situados em diferentes lugares.
O Codificador repassava as respostas obtidas anteriormente ao crivo de outros Espíritos, valendo-se de médiuns diferentes. Assim é que ele trabalhou com as srtas. Caroline e Julie Baudin, Japhet, Aline, Ermance Dufaux e muitos outros cujos nomes o leitor pode encontrar com facilidade nos volumes que integram a coleção da Revista Espírita.
Escreveu ele, em O Livro dos Médiuns, que “não existe uma comunicação má que possa resistir a uma crítica rigorosa” (L.M., cap. 24, item 266). E, na mesma obra, consignou a célebre orientação assinada por Erasto: “Mais vale repelir dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa” (obra citada, cap. 20, item 230).
É por causa desses cuidados que Herculano escreveu em seu livro A Pedra e o Joio, obra publicada em 1975: “O toque é a forma mais comum de verificação da verdade. Usa-se o toque na Medicina, na Agricultura, na Joalheria — onde é tão conhecida a função da pedra de toque — e praticamente em todas as atividades humanas. Foi pelo toque dos dedos nas chagas que Tomé reconheceu a legitimidade da aparição de Jesus ressuscitado. No Espiritismo a pedra de toque é a obra de Kardec. Mas por que essa obra e não outra? É bom que se deixe bem esclarecido esse porquê, pois há muitas pessoas que não entendem a razão disso e acham que se dá preferência a Kardec por motivos emocionais e até por fanatismo”.
A justificativa do que diz Herculano é esmiuçada em profundidade e com clareza no texto de abertura do seu livro, acima mencionado, que deveria ser lido e meditado por todos aqueles que se aventuram no campo literário, sobretudo os que se melindram quando a crítica aponta esse ou aquele deslize nas obras que publicam.
A Pedra e o Joio, de Herculano Pires, integra a Biblioteca virtual de nosso site. Para lê-la, e eventualmente baixá-la, basta clicar em:
http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/bibliotecavirtual/diversosautores.html