• Marcus De Mario – Instituto Brasileiro de Educação Moral-IBEM/RJ
Permita-me, leitor amigo, recordar minha querida mãe. Depois de mais de sessenta anos de convivência, ela despediu-se da vida física e partiu de volta à espiritualidade. Isso foi há quase um ano, tendo ela completado noventa e três anos no corpo que não mais tinha condição de se manter vivo. Depois do velório e enterro do corpo, e das preces entoadas como se fossem hinos saídos do coração, a vida continuou, tanto para mim quanto para ela, pois acredito e compreendo a vida depois da morte.
Isso não quer dizer que não exista a saudade e que não aconteçam os momentos de solidão, pois saudade e solidão são naturais, devendo ser tratadas com equilíbrio, pois Deus, nosso Pai e Criador, aguarda que tudo façamos para dar continuidade à existência física, pois isso é grato a Ele e também ao nosso ente querido que continua vivo, mas agora na dimensão espiritual.
O amor é o laço maior que nos une. Importante é cultivar, recordar os bons momentos vividos. Fazer o bem e dedicá-lo a quem amamos e que momentaneamente não está mais ao nosso lado. Sim, querido leitor, eles, nossos entes queridos e amigos, continuam vivos, e o quanto é consolador esse pensamento, esse raio vivificante que inunda nossa alma diante da morte que não existe.
Por isso, bendizemos o Espiritismo, que nos traz provas irrefutáveis da vida após a morte, da realidade do intercâmbio entre as duas dimensões da vida, material e espiritual, nos esclarecendo e consolando.
Diante dessa verdade, as lágrimas passam a ser de uma saudade construtiva, e somos cada vez mais motivados a viver, na certeza que mais cedo ou mais tarde haverá o reencontro pelos laços do amor, seja quando desencarnarmos, seja numa próxima existência física, ou mesmo através dos sonhos, em encontros no mundo espiritual.
Como você pode bem compreender, não falo aqui apenas com base teórica. Meus pais e um irmão já retornaram à vida espiritual, assim como vários amigos queridos, e aqui estou dando continuidade ao viver, e conclamo que faça o mesmo. Os que seguiram à nossa frente não querem nossas lágrimas e dores, querem nossos sorrisos e trabalho no bem e no amor, pois essas são as senhas para o feliz reencontro no amanhã que nos espera.