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quinta-feira 28 novembro 2024
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Coluna Espírita – Em defesa da vida: Depressão sutil

• Marcus De Mario – Instituto Brasileiro de Educação Moral-IBEM/RJ
Acompanhamos caso muito singular que servirá de exemplo para toda pessoa que estiver passando por algum drama pessoal, e nessa aflição estiver pensando em se entregar para a morte, quando deveria lutar pela vida, pois aqui estamos nesta existência terrena gratos a Deus por todas as benesses que recebemos e que ainda vamos receber.
Conhecida amiga, em seus trinta e poucos anos, mãe de um adolescente, vivendo nova gravidez, teve aborto espontâneo no final da gestação, o que gerou a chamada depressão pós-parto, a que muitas mães não se podem furtar diante da esperança de um novo filho ser frustrada. Alguns meses depois desse ocorrido o esposo anunciou a separação. Foi outro duro golpe a que ela não pode se desviar e que aprofundou sua depressão. Assim, entrou de licença médica em sua atividade profissional e quedou-se em seu quarto, sem ânimo para nada.
Iniciamos, então, o atendimento fraterno acompanhado de leitura do Evangelho e aplicação do passe, três vezes por semana, em dias e horários previamente marcados. Ela não é leiga no Espiritismo, pelo contrário, possui inclusive faculdades mediúnicas, mas não conseguia encontrar em si mesma forças para espantar o desânimo, tendendo perigosamente para o suicídio, pois entregar-se, deixar-se consumir, não se alimentar e trancar-se do mundo é um ato contra a vida.
Em nossas conversas lembramos quer não existe somente a dor e a aflição; que ao longo da vida temos também muitas alegrias, e que diariamente recebemos a bênção divina do sol, das flores, da chuva, das amizades, dos familiares queridos, e que ela precisava colocar como prioridade o reconstruir-se, o que não tem idade. E acionamos diariamente nossas preces por ela, solicitando o socorro dos benfeitores espirituais.
Com o passar do tempo, de forma lenta e gradual, minha amiga começou a se reerguer e hoje está num quadro emocional mais estável. É um processo que necessita da força de vontade, do querer da própria pessoa. Diante da aflição não se deixe abater.
A vida sempre continua, e quem desiste de viver vai encontrar ainda mais dor, sofrimento e aflição depois da morte, no mundo espiritual. Não se deixe dominar pela depressão, que, sutil e sorrateiramente, mina as forças e agrava todas as situações existenciais. Viva, viva sempre!