• Márcio Martins da Silva Costa – São José dos Campos/SP
Em mundo cada vez mais acelerado, não te dás conta de pequenos detalhes.
Levantas-te pela manhã pensando em teu desjejum. Preparas o que lhe convém com os recursos que dispõe. Satisfazes no calor da refeição e segues para a repetitiva rotina. Mas não lembras que poderias beneficiar outros no teu lar aumentando a porção que preparastes.
Dirigindo na rodovia, assumes a faixa da esquerda em velocidade bem menor que a prevista, impedindo a passagem de outros irmãos que carecem de tempo. Atento somente ao que lhe importa adiante, ouvidas que o condutor do veículo que lhe segue pode estar em atendimento à alguma emergência.
No trabalho deténs conhecimentos de favorecimento coletivo. Mas guardas para si as informações, justificando aplicá-las futuramente em prol exclusivo de tuas necessidades.
No transporte coletivo, buscas uma melhor posição para ti e te fixas nos recursos audiovisuais na palma de sua mão, sem te dar conta que tua mochila nas costas espreme o irmão que compartilha o espaço apertado no corredor. Ainda neste cenário, sem tirar teus olhos da tela, sentas-te no banco que esvazia próximo a ti, sem observar se no entorno há outros mais necessitados de um assento.
Em via pública, manténs-te na calçada em linha reta a passos largos, ignorando quem vem à frente. Mal percebes que uma irmã com um carrinho de bebê foi obrigada a se desviar pela rua para não colidir contigo.
Sujeitas tua saúde a condições limítrofes que podem fragilizá-la, alegando imperativos da carne. Mas te esqueces que o teu adoecimento representa trabalho e exclusividade dos que lhe são próximos.
Regozijas-te de teus feitos e de teu sucesso com terceiros, porém te esqueces que para alguns ouvidos que te escutam isto pode representar dor e sofrimento por não contarem com a mesma oportunidade.
Ao chegar o sono busca o repouso completo de tuas forças, fazendo uso do tempo que te apraz. Todavia, ignoras a possibilidade de se esforçar um pouco mais em vigília para dividir com o próximo que compartilhas contigo o teto, as tarefas rotineiras do lar.
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Dentre todos os males da humanidade, o egoísmo é o que nos detém como grilhões, obstando o nosso progresso moral. Filho do orgulho, ele nos impele a agir em favor de nós mesmos, negando a caridade para com o próximo.
Em todos os momentos da vida nos é dada a oportunidade de aplicarmos o evangelho prático e exercermos a caridade das mais variadas formas. Todavia, muitas vezes e sem nos darmos conta, exercemos o egoísmo a cada passo, influenciando o próximo a fazer o mesmo em um efeito dominó que, às vezes, retorna para nós mesmos.
Ao aplicarmos o egoísmo pessoal, negamo-nos automaticamente à lei de amor, dita pelo Mestre Jesus por meio do “Amai o vosso próximo como a vós mesmos”. Todavia, qual o limite com relação ao próximo? Será a família, a seita, a nação? Neste contexto, percebemos que nosso egoísmo pode transcender o eu para se tornar um egoísmo de família, de casta, de nacionalidade.[1]
Busquemos nos exemplos do Divino Mestre a lembrança contínua de aplicarmos na escola da vida o Evangelho vivido em ações de amor ao próximo. Só assim, expurgando este mal de nossos corações, é que iremos contribuir com a ascensão da humanidade à um mundo de Regeneração onde a felicidade será o caminho natural dos homens.
Referência:
[1] A. Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, 131a. Brasília (DF): Federação Espírita Brasileira, 2013.
Coluna Espírita – Egoísmo
set 28, 2021RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – EgoísmoLike
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