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segunda-feira 25 novembro 2024
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Coluna Espírita – Duas condutas espíritas

• José Passini – Juiz de Fora/MG
1- Ausência de Sacramentos
Dentre as práticas espíritas não se encontra a ministração de sacramentos, como sejam batismo, casamento, encomendação de corpos, ou, mais modernamente, de almas, etc.
Jesus jamais ministrou sacramentos, nem aconselhou que alguém o fizesse. Seus discípulos, inclusive Paulo, nos primeiros tempos batizavam, influenciados pelos costumes judaicos. Deve-se notar que os poucos batismos relatados no Novo Testamento foram levados a efeito em pessoas adultas que, em plena consciência, aderiam aos seguidores de Jesus. Não há registro de que os cristãos dos primeiros tempos tenham batizado crianças.
Paulo, à medida em que se aprofundava nas verdades do Evangelho, foi se libertando dos costumes judaicos, compreendendo que o batismo e a circuncisão eram práticas meramente exteriores. Por isso, colocou-se contra a circuncisão e deixou de batizar, conforme declara em várias oportunidades:
Dou graças a Deus, porque a nenhum de vós batizei, senão a Cristo e a Gaio.
Para que ninguém diga que fostes batizados em meu nome.
E batizei também a família de Estéfanas; além destes, não sei se batizei algum outro.
Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar (…) . (I Co, 1: 14 a 17).
2- Ausência de Vida Monástica
O Espiritismo, desde os seus primórdios, jamais orientou seus profitentes no sentido de criarem locais apartados do meio social. Como os cristãos dos primeiros tempos, os espíritas constroem casas de trabalho destinadas ao estudo, ao amparo material a pessoas necessitadas, ao amparo espiritual a pessoas espiritualmente perturbadas, locais inteiramente abertos ao público, para cuja frequência não são exigidas adesões formais, tanto de colaboradores, quanto de beneficiários.
Embora Jesus nunca tenha se apartado da vida em sociedade, sabia ele que a tendência do ser humano é criar lugares especiais, tidos como santificados, habitados por determinadas criaturas que pretenderiam ser detentoras de maior identificação com as coisas espirituais. Prevendo isso, deixou orientação firme no sentido de que os aprendizes do Evangelho não se apartassem da vida em sociedade, conforme foi registrado por dois evangelistas:
Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos; portanto sede prudentes como a serpente e símplices como as pombas. (Mt, 10: 16)
Ide; eis que vos mando como cordeiros no meio de lobos. (Lc, 10: 3)