• Marcus De Mario – Instituto Brasileiro de Educação Moral-IBEM/RJ
Cuidar da própria vida e deixar que o outro cuide da vida que lhe é própria, é um aprendizado que todos precisamos fazer para gerar mais felicidade no mundo, permitindo que cada um tenha suas experiências e tome suas próprias decisões. Isso porque o que mais fazemos é tomar conta da vida alheia, querendo determinar comportamentos dos outros, tentando controlar as ações de familiares e amigos, como se pudéssemos controlar tudo e todos, quando na verdade deveríamos nos conhecer e nos controlar, no famoso vigiar e orar ensinado por Jesus.
Normalmente quem vigia os outros faz sempre sua opinião prevalecer e vive se queixando do comportamento alheio, sendo necessitado de olhar para si mesmo, de se descobrir e de permitir que cada um viva de acordo com seus pensamentos, experiências e anseios. Quem muito controla, opina e faz, não deixando muito espaço para os outros, está em desequilíbrio íntimo, fugindo de trabalhar a si mesmo no autoaperfeiçoamento.
Quando cuidamos mais da vida dos outros do que da nossa própria vida, tendemos a cair em dois vícios morais muito perigosos: a fofoca e a mentira. E também nos deixamos levar para o desculpismo do tipo “minha vida só não é melhor por causa da minha família”; “as coisas não andam bem por culpa do meu patrão”; “o resultado só não foi melhor porque a equipe não é tão boa”. E passamos a tecer juízos individuais que não nos pertencem: “você não vai ser nada quando crescer”; “é por isso que eu vivo dizendo que assim não dá”, e outros julgamentos que não levam em consideração os próprios erros e deficiências, que teimamos em não querer enxergar.
Aprendamos a olhar para nós mesmos, a sermos honestos com a própria consciência, cuidando de combater em nós os vícios de toda ordem para assegurar espaço para as virtudes, permitindo que o outro respire por sua vez, saindo da sufocação que lhe impingimos.
A arte de se educar para ser bom exemplo é o objetivo a que devemos nos propor nesta existência, bem aproveitando as oportunidades de aprendizado, serviço e crescimento espiritual, deixando que Deus cuide do resto.