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sábado 15 março 2025
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Coluna Espírita – Crença na existência de Deus

• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista O Consolador – Londrina/PR
A crença na existência de Deus é um ato racional ou meramente uma manifestação de fé?
A doutrina espírita apresenta-nos argumentos importantes e consistentes no tocante à crença na existência de Deus, que constitui, por sinal, o primeiro dos chamados princípios fundamentais do Espiritismo.
Ninguém certamente ignora que constitui princípio elementar que é pelos efeitos que se pode ajuizar de uma causa, ainda que essa causa se nos afigure oculta. Se, no momento de um voo, uma ave é atingida por uma bala de revólver, deduz-se sem dificuldade que um hábil atirador a alvejou, ainda que esse atirador não seja visto por ninguém.
Nem sempre é, portanto, necessário que vejamos uma coisa para sabermos que ela existe. Em um grande número de situações, é observando os efeitos que se chega ao conhecimento das causas.
Um segundo princípio, igualmente elementar, e que, de tão verdadeiro, passou a axioma, é o de que todo efeito inteligente decorre de uma causa inteligente. Se perguntassem o nome do construtor de determinada máquina engenhosa, que é que diríamos se alguém dissesse: “Não há construtor nenhum; a máquina se fez a si mesma”?
Em toda a parte reconhecemos a presença do homem por suas obras. A existência dos homens antediluvianos não se prova unicamente por meio dos fósseis humanos que foram encontrados. Prova-a também, e com muita certeza, a presença, nos terrenos daquela época, de objetos feitos por aqueles indivíduos. Uma pedra talhada, um fragmento de vaso, um instrumento qualquer, um tijolo bastam para lhes atestar a presença. E mais: pela grosseria ou perfeição do trabalho, reconhece-se o grau de inteligência ou de adiantamento dos que o executaram.
Assim, se estivermos numa região habitada exclusivamente por selvagens e ali descobrirmos uma estátua de linhas perfeitas, todos concordarão em que, sendo os selvagens incapazes de tê-la feito, tal obra foi feita por alguém de inteligência superior à deles.
No tocante ao Criador, basta que olhemos em torno de nós, tanto para baixo como para cima, e veremos a providência, a sabedoria, a harmonia que presidem a essas obras, não existindo nenhuma que não ultrapasse os limites da mais portentosa inteligência humana.
Há números bem conhecidos que dão uma ideia da grandeza e da perfeição das obras que alguém fez – e certamente não fomos nós, seres humanos.
O movimento de rotação da Terra é o movimento que nosso planeta faz ao girar em torno de seu próprio eixo, no sentido contrário ao dos ponteiros de relógio. A rotação completa da Terra (360º) dura exatamente 23 horas 56 minutos 4 segundos e 9 centésimos, numa velocidade de rotação que é, na linha do equador, de 1.674 km/h.
A Terra cumpre também, como todos sabem, um outro movimento – o de translação em torno do Sol, numa velocidade orbital de 106.798 km/h.
Um revólver 38 lança balas a 650 km/h.
Comparemos essa velocidade com os dois movimentos mais conhecidos do nosso planeta, e teremos uma noção exata do poder criador, que está infinitamente acima da capacidade dos homens, sendo, pois, produto de uma inteligência superior à Humanidade, a menos que se acredite que existem efeitos sem causa.