• Márcio Costa – São José dos Campos/SP
Alfredo era um professor renomado de uma ilustre universidade. Muito lembrado no meio acadêmico pelos seus diversos trabalhos publicados, também era conhecido por uma particularidade ao falar. Não havia uma frase em que não usava a palavra “Deus”.
Se um aluno dizia que iria desistir do trabalho, exclamava:
– Deus me livre!
Se outro aluno não entendia a disciplina:
– Ai meu Deus do céu!
Quando um discente iria apresentar um trabalho:
– Deus te guie!
E se outro tinha dificuldades em aprender:
– Deus te ilumine!
E assim usava a sua linguagem típica, um tanto explosiva, mas sem deixar de colocar “Deus” no contexto.
Certo dia, um de seus novos alunos, curioso com a retórica diferenciada do mestre, perguntou-lhe:
– O senhor deve ser muito religioso. Sempre fala em Deus.
– Deus?! Não acredito em Deus. Ciência é tudo! – e voltou-se ao quadro ante os olhares estupefatos dos alunos.
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Do pequeno aglomerado de flores em nossos jardins até às plêiades que iluminam a abóbada celeste, Deus está presente.
Do universo quântico, onde fótons nos brindam com a beleza da luz, até às estrelas cuja massa supera em milhares de vezes às de nosso conhecido Sol, há a presença Divina.
Da harmonia inquestionável da vida, aonde da semente se chega ao fruto e da fragilidade do feto se conduz à robustez do adulto, o hálito de Deus se faz sentir.
Pela obra se conhece o autor (1).
Deus está em toda a parte, e nada na natureza escapa ao fluido Divino (2).
Infinitamente justo e bom, a sua solicitude de amor se espalha por toda a sua criação (3).
Se nossas limitações intelectuais e materiais não nos concedem argumentos capazes de explicar a Providência Divina, busquemos no amor e na caridade os caminhos que nos levem, um dia, a sermos dignos de compreendê-Lo.
Referências:
(1)KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. de Guillon Ribeiro. Brasília: FEB, 2013. 93 ed. Questão nº 9;
(2)KARDEC, Allan. A Gênese. Trad. de Guillon Ribeiro. Brasília: FEB, 2013. 53 ed. Cap. II, item 24; e
(3)KARDEC, Allan. A Gênese. Trad. de Guillon Ribeiro. Brasília: FEB, 2013. 53 ed. Cap. II, item 30.