• Éder Andrade – Rio de Janeiro/RJ
Desde a Idade Média percebemos uma forte oposição dos membros do Alto Clero, com raríssimas exceções, às descobertas científicas realizadas pelos Pensadores e Cientistas que se destacaram nas revelações do conhecimento.
As descobertas feitas pela observação astronômica, demonstravam todo um conjunto de ideias contrárias defendidas pela Igreja Católica, que foi estruturada na Teoria Ptolomaica, onde a Igreja defendia seus pontos de vista, no qual a Terra era o centro de todo Universo, fundamentado na Teoria do Geocentrismo. Existia um controle de divulgação do conhecimento por parte da Igreja, porém os Pensadores da Idade Média afirmavam que cabia aos Teólogos o estudo de Platão e da Bíblia, e aos Filósofos a observação da Natureza, de forma a não misturar a interpretação do conhecimento. Embora muitos membros do clero procurassem encontrar nas Sagradas Escrituras explicações para os fenômenos da natureza e suas afirmativas.
A relação conflituosa entre o conhecimento medieval e os primórdios do Espiritismo, pode ser percebida quando a Igreja Católica proibia ideias contrárias ao conhecimento milenar de Aristóteles e Ptolomeu, pois as mudanças que começam a ser defendidas, por Galileu Galilei por exemplo, colocavam em xeque todas as afirmações da Cristandade e precisavam ser freadas, pela intervenção da inquisição, se assim fosse o caso. O mesmo fato ocorreu com Giordano Bruno, quando afirmou sobre a Pluralidade de Mundos, e que a Terra seria apenas mais um mundo, entre tantos outros existentes no universo, assim como as estrelas, que eram sóis distantes cercados por seus próprios planetas.
Muitos espíritos precursores que reencarnaram para revelarem ideias que poderiam mudar o curso da história cientifica e religiosa, foram perseguidos pela Igreja, adiando o advento de novos conhecimentos para a Idade Moderna com o Iluminismo, rompendo as formas de pensamento engessadas por conveniência dos membros do Alto Clero, que nos bastidores da Igreja estudavam astronomia e ciência, porém por interesse de controle do conhecimento, mantinham essas informações sob sigilo, uma maneira de manipular a cristandade e o poder político dos reis, adiando possíveis revelações que abririam campo para novas ideias, pois a aceitação, por exemplo, do Heliocentrismo, em relação ao Geocentrismo, não era apenas a mudança de posição dos astros no céu, mas sim de toda uma estrutura de conhecimento que se modificaria a partir dessa revelação .
Não podemos deixar de admitir que existia também um movimento sombrio, liderado por espíritos que não desejavam que determinadas verdades viessem à tona, pois a ignorância ainda é um dos maiores instrumentos de manipulação do poder político e religioso, haja vista a censura que existe aos meios de comunicação idôneos que encontramos até nos dias de hoje. Não existe sombra de dúvida, que manter a população afastada ao acesso do conhecimento atendia aos interesses do clero e dos reis.
Como uma forma de se contrapor as descobertas científicas e acontecimentos que ameaçavam a autoridade eclesiástica, ainda com base em teorias antiquadas e ultrapassadas, a Igreja Católica, no ano 1870, adotou o “dogma da infalibilidade dos papas” em questões referentes à fé cristã. O dogma da infalibilidade foi instituído pelo Concílio Vaticano I, convocado pelo Papa Pio IX. Um instrumento de repressão ideológico que vai afetar toda a Cristandade Ocidental, inclusive a expansão do Espiritismo no Brasil, após a Proclamação da República.
Referências:
1) Allan Kardec: O Evangelho Segundo o Espiritismo; FEB.
2) __________: A Gênese; FEB.
3) __________: Livro dos Espíritos; FEB.
Coluna Espírita – Ciência e Religião
fev 24, 2022RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – Ciência e ReligiãoLike
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