• Rogério Miguez – São José dos Campos/SP
É muito conhecida a passagem nos Evangelhos abordando a questão dos Muitos chamados, mas poucos os escolhidos (Mt. 22:1 a 14). Essa Parábola – do Grande Banquete -, é de difícil compreensão quando analisada de forma literal. E mais, a apreensão criada sobre a possibilidade de ser escolhido, deixa o leitor preocupadíssimo se será ou não selecionado, afinal, é a mensagem da lição: muitos serão convocados, contudo, apenas alguns serão preferidos.
É o tipo de preocupação característico quando não se entende, ou não se aceita, a absoluta misericórdia de Deus à todas as suas criaturas, indistintamente, independente do credo, sexo, etnia e condição social. Somos filhos do mesmo justo e perfeito Pai e, este Pai, não abandona qualquer de seus filhos.
Sendo assim, pode existir de nossa parte a preocupação em acertar nas escolhas da vida – e são muitas –; quais caminhos vamos trilhar de modo a tentar viver conforme os princípios divinos, tentando garantir assim a nossa escolha.
Contudo, sabemos não ser fácil viver integralmente sob as diretrizes celestiais, pois temos muitas tendências a: variados vícios, condutas indecorosas, comportamentos egoístas, e, estas atitudes geram prejuízo ao próximo e, muitas vezes para nós mesmos, nos distanciando da condição de vencedores do mundo, ou melhor, de nós mesmos.
Entretanto, ao nos reconhecermos em falta com Deus, nada de desespero absurdo, pois Ele vai considerar todos os nossos esforços em acertar. Ele não vai nos encaminhar para locais de sofrimento eterno, como alguns creem, com absoluta certeza não!
Ele nos ofertará novas oportunidades de aprendizado, tantas quantas forem necessárias até a assimilação correta de todas as lições proporcionadas pela vida.
Mas como a bondade eterna, com as suas leis imutáveis, promove a recuperação de seus filhos “pecadores”, os assim chamados não escolhidos? Através das reencarnações, permitindo que aqui voltemos para terminar o que não conseguimos realizar na atual etapa de aprendizado e, igualmente, para retificar os possíveis enganos cometidos em existências anteriores, e suas correspondentes consequências.
Entretanto, há outro importantíssimo aspecto a considerar-se.
De fato, não há uma escolha formal dentre os chamados “mortos” por algum anjo, ou quem sabe pelo próprio Jesus, muito menos por Deus. O que acontece é um encaminhamento dos recém desencarnados, conforme a lei de sintonia ou afinidade, aos locais apropriados ao estágio evolutivo de cada qual. A separação ocorre naturalmente, de acordo com as características morais de cada um. Estas os direcionam para cidades espirituais avançadas ou não, para a própria residência, ao local de trabalho, muitos permanecem vagando pelas ruas de seu bairro, ou seja, ninguém vai separar os Espíritos do lado de lá para um Céu ou um Inferno, ambos fisicamente inexistentes.
A vida continua a se desenrolar de forma normal, só que agora os Espíritos já não podem mais atuar materialmente no planeta, interagindo com os familiares e conhecidos, como faziam antes de morrer.
É só uma mudança de lado. Não há guichê, muito menos alfandega para direcionar os Espíritos para este, e não para aquele local.
Para concluirmos, mesmo não sendo “escolhidos”, jamais seremos abandonados, pois Deus não deseja a punição do pecador, mas, antes, a sua salvação, e para tanto ofertará outras oportunidades de evolução não deserdando ninguém, em razão de sermos todos filhos diletos do mesmo Pai.
Afinal, já foi dito há dois mil anos: nenhuma ovelha do Pai se perderá.
Coluna Espírita – As implicações em não ser escolhido
ago 20, 2020RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – As implicações em não ser escolhidoLike
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