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sábado 28 dezembro 2024
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Coluna Espírita – As dores da alma segundo o Espiritismo

• Éder Andrade – Rio de Janeiro/RJ
Numa sociedade globalizada as informações fluem mais livremente e num intervalo de tempo real, tomamos facilmente o conhecimento que a depressão será à primeira doença incapacitante do século XXI, porém sob uma visão holística já fomos alertados por diversos benfeitores espirituais, que esse sintoma é um reflexo das encarnações passadas que vem desabrochando na atual existência física. Podemos dizer em poucas palavras que a reverberação das lembranças mal resolvidas que se encontram no nosso inconsciente, começa a acenar ao homem hodierno como uma necessidade de autoconhecimento e de um trabalho de reforma íntima de lembranças internalizadas e adoecidas, que precisam ser tratadas terapeuticamente e se possível ser ressignificadas, pois o processo de melhora depende antes de qualquer coisa, de estarmos em paz com a nossa consciência.
Quando estudamos um pouco mais a fundo, as questões do espírito em sua escalada evolutiva, percebemos que a dor moral é terapêutica, pois consegue tirar o indivíduo da sua atual zona de conforto, mesmo sendo por atraso evolutivo ou imaturidade do senso moral, pois o indivíduo se vê obrigado reagir e fazer algo para se libertar do desconforto interior, da sensação de um vazio existencial quase inexplicável, que eclode, exigindo que algo seja feito para promover uma mudança em seus sentimentos.
A doutrina espírita procura elucidar a possível natureza desses sentimentos contraditórios, oferecendo consolação, à medida que esclarece, sem a pretensão de dar uma solução mágica para os acontecimentos, pois sabemos que tudo na vida tem uma data certa para terminar, até mesmo a própria dor moral que somos portadores, que reflete antigas lembranças de outras existências exigindo do próprio indivíduo uma atitude de reparação ou até mesmo autoperdão. Diríamos que Deus em sua imensa sabedoria permite que nosso inconsciente venha a nos cobrar em encarnações vindouras, atitudes que negligenciamos no passado, quando ocultamos debaixo do tapete de antigas existências, questões que deveriam ser resolvidas, que acabaram sendo adiadas e hoje nossa consciência nos cobra uma prestação de contas, que vem eclodir no estado de vigília com diversos diagnósticos terapêuticos diferentes, como culpa ou remorso, ansiedades, fragilidades emocionais e até mesma a depressão.
A tomada de consciência da mudança, não significa que estaremos remidos de uma hora para outra com nós mesmos dos erros cometidos em outras existências físicas, que gera o atual desconforto como um sinal de alerta do próprio espírito para que algo se modifique. Faz-se necessário um movimento de autoconhecimento e de reforma íntima. No livro O Céu e o Inferno, temos inúmeros testemunhos de espíritos que tinham a plena consciência na condição de vigília que estavam cometendo graves erros e mesmo assim, não tiveram dúvidas em dar cabo as suas tramas e artimanhas.
Seria também uma grande ingenuidade da nossa parte atribuir tudo que acontece de errado às vidas passadas, pois sempre existiu “Livre-Arbítrio”, dessa forma apesar dos arrastamentos que cultivamos, temos o autocontrole de optar por um desfecho diferente na atual existência, só seremos vítimas de nos mesmos se nada fizermos para evitar recair nos antigos apelos emocionais, os quais nos tornaram reféns de nós mesmos.
Referências:
1) Kardec, Allan; O Evangelho Segundo o Espiritismo; FEB.
2) ______, ____; O Céu e o Inferno; FEB.