• Marcus De Mario – Instituto Brasileiro de Educação Moral-IBEM/RJ
Do ponto de vista espírita, a criança é um espírito reencarnado. Em outras palavras, é um ser humano que traz de suas vidas passadas um cabedal de experiências e aprendizados que demonstra através das suas ideias inatas e das suas tendências de caráter. É uma alma imortal onde se encontram todos os princípios cognitivos e emocionais para sua jornada evolutiva, e que vai desenvolvendo de existência em existência, de aprendizado em aprendizado, de experiência em experiência.
O evangelho é a boa notícia, a boa nova trazida por Jesus, há mais de dois mil anos, a revelação do amor divino que inunda o universo e a tudo rege, num apelo ao entendimento fraternal entre os homens e as mulheres. Tem por base os ensinos morais e os exemplos vivos dados pelo Mestre dos mestres, dando início a uma nova era da humanidade.
Ligar a criança ao evangelho é tarefa sublime e inadiável, prioridade do espírita sincero, e inadiável serviço de toda instituição espírita, sob pena de assistirmos as gerações se sucederem e o egoísmo e o materialismo continuarem a predominar.
Para bem trabalharmos no centro espírita a evangelização da criança temos que nos espelhar em Jesus, compreendendo a profundeza de sua ação educadora. Segundo Pedro de Camargo “Vinicius”, em seu livro O Mestre na Educação, o entendimento vai muito além da ¬ figura de um professor que ensina, como comumente se entende. Em suas considerações, lemos: “Mestre é aquele que educa. Educar é apelar para os poderes do espírito. Mediante esses poderes é que o discípulo analisa, perquire, discerne, assimila e aprende. O mestre desperta as faculdades que jazem dormentes e ignoradas no âmago do “eu” ainda inculto. A missão do mestre não consiste em introduzir conhecimentos na mente do discípulo: se este não se dispuser a conquistá-los, jamais os possuirá”.
Educar, e não apenas ensinar, é o papel do mestre, motivo pelo qual podemos a¬firmar que nem todo professor se faz um mestre, mas todo mestre é também um professor. Apelar para os poderes do espírito é alcançar o âmago do ser imortal, é fazer com que todo o seu potencial a ore, fruti¬fique, lembrando que esse potencial foi dado por Deus no ato da criação, e que vem sendo desenvolvido através das experiências reencarnatórias, até sua plenitude quando do estado de perfeição do espírito. Então, no processo educacional, o mestre fará com que o educando – o espírito imortal – desenvolva cinco etapas, num ritmo progressivo e, ao mesmo tempo, simultâneo:
Análise – Aqui o educando desenvolve a capacidade de estudar alguma coisa de maneira mais minuciosa, percebendo os detalhes, só aceitando o ensino depois de uma análise criteriosa.
Perquirição – O educando é levado a investigar o objeto de estudo, aprendendo a pesquisar e indagar.
Discernimento – É o momento de avaliar utilizando o bom senso, percebendo a diferença entre o certo e o errado, distinguindo com clareza todas as informações.
Assimilação – O educando, com visão global, consegue entender por completo, consegue apreender o ensino.
Aprendizado – O educando é levado a incorporar conscientemente o ensino, passando a ter conhecimento pleno sobre o objeto de estudo.
Nesse trabalho o verdadeiro mestre levará o educando à consciência de si mesmo e ao seu papel na coletividade, tornando-se um sujeito ético e espiritualizado, cumpridor dos seus deveres, respeitador dos direitos e responsável por seus atos, tudo o que mais se deseja para que tenhamos honestidade, paz e solidariedade entre todos.
No âmbito do centro espírita, o evangelizador da infância deve procurar ser um verdadeiro mestre, aprendendo com Jesus a melhor educar a criança através das lições do evangelho. E os dirigentes espíritas devem dar todo e incondicional apoio a essa sublime tarefa.
Coluna Espírita – As crianças e o evangelho
set 01, 2020RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – As crianças e o evangelhoLike
Previous PostColuna Esplanada - China x Argentina
Next PostLair Ribeiro - Sorrir ainda é um dos melhores remédios