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terça-feira 24 dezembro 2024
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Coluna Espírita – Aproximação do Espiritismo

• Cláudio Bueno da Silva – Osasco/SP
Um conhecido meu me confessou que depois de se aproximar do Espiritismo começaram a surgir contrariedades na sua vida, com as quais não contava. Pequenos problemas e contratempos apareciam com frequência perturbadora. Coisas mesquinhas, às vezes irrelevantes, o irritavam. A convivência familiar se alterou e a tolerância educada que sempre existiu em família sofreu abalos.
Segundo seu depoimento, era como se todos estivessem energizados e a menor aproximação um do outro provocasse curto-circuito. Não estava encontrando a paz que procurava e já questionava se teria valido a pena se interessar pela tal doutrina que eu dissera a ele ser tão instrutiva e consoladora.
Queixou-se que não conseguia ir com regularidade ao grupo espírita, pois sempre aparecia um impedimento de última hora. Até as reuniões semanais de estudo moral que eu recomendara que ele fizesse em casa, não “deslanchavam”. Eram frequentemente interrompidas: tocava o telefone, o vizinho chamava, a visita aparecia, o som funk na rua, uma dor incômoda…
Dentro do possível, dei a ele as orientações cabíveis, e disse que continuar estudando o Espiritismo dependeria só dele. Mas que, se aceitasse mais uma sugestão minha, deveria persistir, pois os “resultados” viriam com o tempo e seriam duradouros.
Na realidade, esses episódios não acontecem com todas as pessoas que se interessam pelo Espiritismo. Muitas começam a estudá-lo, acabam se integrando voluntariamente a frentes de serviço ao próximo e levam vida absolutamente normal.
Apenas em alguns casos ocorrem situações, digamos anormais, mas que são explicáveis e podem ser superadas. Assim como nós na família, na sociedade em geral, estamos envolvidos por uma gama enorme de sentimentos bons e maus, nas relações naturais que temos com os Espíritos isso também acontece, pois eles fazem parte da nossa mesma humanidade e participam do nosso cotidiano.
Motivados pelo ciúme, inveja, despeito, Espíritos problemáticos podem nos influenciar, tentando frustrar nosso projeto de melhoramento e renovação interior. Querem nos manter longe daquilo que nos possa trazer conhecimentos novos, paz e liberdade que, muito provavelmente, eles não tiveram quando viviam no corpo físico. Também há casos em que o ódio e o rancor gerados em vidas anteriores fazem desencadear uma perseguição, que usam como desforra ou vingança.
Nestas ou em outras situações, o certo é que estamos sendo testados e precisamos conservar a calma, a paciência e a perseverança para manter o equilíbrio geral, afinal, é nosso interesse progredir sempre, conhecendo os mecanismos e as leis que regem a vida. O estudo do Espiritismo e a prática do ensino moral de Jesus trazem luzes para a alma e isso, além de modificar nossa postura perante a vida, faz melhorar tudo ao nosso redor, inclusive aos Espíritos que antipatizam conosco. Ou eles se modificam também, ou desistem de nós, vendo que a nossa disciplina e persistência no bem estão lhes fazendo perder o seu tempo.
Foi o que eu disse ao meu conhecido. Ele achou plausíveis as explicações e tem procurado saber mais sobre o assunto. Ingressou num programa de estudos no centro espírita e tem lido muito.