• José Passini – Juiz de Fora -MG
Mauro Quintella: Como não sacralizar o conteúdo das obras de Kardec sem desmerecer o trabalho do fundador do Espiritismo?
José Passini: Para o espírita, a Doutrina é sagrada, mas não no sentido teológico da palavra. Seguindo as sábias diretrizes deixadas pelo próprio Codificador, que disse não deixar a última palavra, ao afirmar que se a Ciência mostrar que algo está errado, a Doutrina deve corrigir. Além disso, o próprio caráter dinâmico, evolutivo do Espiritismo leva as pessoas de bom senso a negarem qualquer tentativa de sacralização, no sentido de colocar-se acima da razão.
Mauro Quintella: Você não acha que os espíritas devem procurar o congraçamento ao invés da unificação e da união?
José Passini: Sem dúvida alguma, pois a unificação e a união só poderão ser plenamente conseguidas mediante um congraçamento vigoroso e consciente, que só se torna possível quando há um esforço constante da vivência efetiva dos princípios do Evangelho.
Mauro Quintella: É possível divergir sobre as bases e o desenvolvimento teórico do Espiritismo sem perder a gentileza no debate?
José Passini: Sendo o Espiritismo uma Doutrina seguida por livre pensadores como deve ser a postura do espírita é natural que haja divergência de ideias a provocar debates. Entretanto, as naturais discordâncias jamais deverão provocar atitudes que atentem contra os princípios de fraternidade preconizados pelo Evangelho de Jesus.
Mauro Quintella: Você acha possível que algumas informações dos livros do espírito André Luiz podem ser fruto da imaginação dos médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira?
José Passini: Tendo-se em vista a magnitude da obra de Chico Xavier, conforme relato do Irmão Jacob, nas primeiras páginas do seu livro Voltei, André Luiz preparou-se durante setecentos dias para a necessária afinização com o médium para o cumprimento da tarefa que foi patrocinada por Espíritos de altas esferas. Além disso, o trabalho de André Luiz foi supervisionado por Emmanuel. Creio possa ter existido alguma leve influência no estilo, mas não no conteúdo, pois vejo a obra de André Luiz como um desdobramento legítimo dos ensinamentos de Kardec.
Mauro Quintella: Você acha que o espírito superior que coordena o movimento espírita no Brasil é o mesmo espírito que coordena a Umbanda?
José Passini: Entendemos que cada setor religioso tem seus líderes e responsáveis no Mundo Espiritual. Ismael, segundo Chico, é quem coordena o Movimento Espírita no Brasil. A Umbanda, creio, deve ter um Espírito orientador, como creio terem o Catolicismo Romano, o Protestantismo, o Judaísmo, o Islamismo e várias outras correntes religiosas.
*Estas perguntas e respostas fazem parte do livro Apontamentos Espíritas publicado pela Editora Virtual O Consolador (EVOC) e Portal “Autores Espíritas Clássicos”, disponível no site O Consolador.
Coluna Espírita – Apontamentos Espíritas 3*
nov 25, 2020RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – Apontamentos Espíritas 3*Like
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