• Espírito Clélia Rocha – Psicografia Raul Teixeira – Niterói/RJ
Enquanto gorjeiam pássaros coloridos pelo espaço azul, há outros que, feridos, caídos dos ninhos, são dependentes da boa vontade de quem os encontra, ou contarão com o faro aguçado de outros animais que lhes oferecerão perigos.
Há tantas aves que chilreiam pelas campinas ou que revoam sobre os canteiros em flor, exibindo a beleza da sua plumagem e, gárrulas, dançam em plena corte.
Há, por outro modo, aquelas avezitas detidas, engaioladas, limitadas, cujos matizes não se exibem nos espaços, e que não têm a liberdade de beijar o Sol ou de desfrutar dos ventos que sopram sob os anilados céus.
Da mesma forma que encontramos aves livres e leves, bem como outras reclusas e limitadas, temos as crianças.
Existem tantos lares-gaiolas, lares-prisões, lares-opressão, em contraste com poucos lares-canteiros, lares-bosques exuberantes, lares-céus azuis. Os primeiros são os que reprimem, que enxergam somente o lado sombrio de tudo, que mutilam o caráter, que inibem a criatividade, que maculam a pureza ou que perturbam a alma infantil, pela imperícia ou má vontade dos adultos que os manejam, enquanto que os segundos são os lares como Deus deseja para os Seus filhos recém chegados às experiências corporais: lares que observam, que norteiam, que corrigem, que cooperam para o acerto, que incentivam o bem, que valorizam as conquistas felizes, que deixam crescer os pequenos, enfim.
Há crianças que esperam que algum amigo ou vizinho possa resgatá-las dos tentáculos dos seus próprios ninhos, que as devoram, aos poucos; há outras, porém, aflitas diante da perspectiva ou da atuação da violência, ansiosas, neurotizadas. Outras mais, deprimidas em face do abandono a que são relegadas, esperam, desesperançadas o que o amanhã lhes propiciará.
Pensemos nesses pequeninos, como pensamos em nossos pássaros, em nossas aves que correm risco de extinção, e tratemos de presenteá-los com a contribuição do acompanhamento maduro e afetuoso, da assistência escolar, da formação moral nobre e segura, das horas de ludicidade construtiva, a fim de que os auxiliemos a superar a infância difícil, a meninice em perigo, tal como costumam encontrar ao chegar à Terra.
Será muito importante evitar atulhar a mente infantil com os produtos da perturbação comum dos adultos, seja a torpeza do palavreado desvairado e obsceno, seja do noticiário criminoso e amedrontador. Que lhe poupemos do excesso de atividades que não lhe deem chance de vivenciar a sua infância. Para a criança deverá haver hora para tudo, para a escola e para o brinquedo, para o alimento e para o sono, para a festa e a vivência dela consigo mesma, sem que uma atividade não comprometa a outra, e para que ela aprenda a coordenar seu tempo, a disciplinar-se, forjando os dias de harmonia e de maturidade para os caminhos futuros.
Com Jesus, a nossa criança estará amparada, instruída e aconchegada, se nos dispusermos a dar-lhe o ninho dos nossos próprios braços e dos nossos corações, aprumado nas ramagens da nossa lúcida inteligência, como faria o Divino Mestre, que rogou para que ninguém impedisse de chegar até Ele os pequeninos.
Coluna Espírita – Ajudem os pequeninos
ago 18, 2020RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – Ajudem os pequeninosLike
Previous PostConta de água sobe 3,4% em cidades com atendimento da Sabesp
Next PostVendas nos supermercados caem sem as festas juninas e a flexibilização do comércio