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quinta-feira 21 novembro 2024
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Coluna Espírita – Ajuda-te, e o céu te ajudará

• Altamirando Carneiro – São Paulo/SP
Esclarece-nos o capítulo XXV (Buscai e achareis) de O Evangelho segundo o Espiritismo que a máxima: “Buscai, e achareis”, que é semelhante a: Ajuda-te, e o céu te ajudará, é o princípio da lei do trabalho e, consequentemente, da lei do progresso.
Se não existisse o trabalho, o homem seria um ser inútil. “Se Deus tivesse liberado o homem do trabalho físico, seus membros seriam atrofiados; se o tivesse liberado do trabalho intelectual, seu Espírito permaneceria na infância, nas condições instintivas do animal. Eis por que ele fez do trabalho uma necessidade, e lhe disse: “Busca e acharás; trabalha e produzirás; e dessa maneira serás filho de tuas obras, terás o mérito da tua realização, e serás recompensado segundo o que tiveres feito”.
A comunicação de Lázaro (A lei de amor – item 8), do capítulo XI (Amar o próximo como a si mesmo), diz que, “no seu ponto de partida, o homem só tem instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos”.
Se analisarmos a história da Humanidade, verificaremos que no seu ponto de partida, o homem aplicava a sua inteligência para procurar alimentos, buscar os meios de preservar-se das intempéries e livrar-se dos inimigos. Com o passar dos séculos, Deus deu ao homem, mais que ao animal, o desejo de melhorar-se, o que o impulsiona à pesquisa, às descobertas, às invenções, ao aperfeiçoamento.
A Ciência veio, então, para ajudar o homem, entendendo-se que as descobertas que visam à cura das doenças, ao conforto e às melhorias que beneficiam a espécie humana têm que surgir do esforço do próprio homem. Caso contrário, o homem cruzaria os braços e ficaria simplesmente esperando que as coisas acontecessem de acordo com o seu desejo.
O Evangelho registra a afirmação dos Espíritos em O Livro dos Médiuns, capítulo XXVI, números 291 e seguintes: “Não, os Espíritos não vêm livrar o homem da lei do trabalho, mas mostrar-lhe o alvo que deve atingir e a rota que o leve a ele, dizendo: Marcha e atingirás! Encontrarás pedras nos teus passos; mantém-te vigilante, e afasta-as por ti mesmo! Nós te daremos a força necessária, se quiseres empregá-la”.
Importante atentarmos para esta questão, observada no Evangelho: o progresso que cada homem realiza individualmente é insignificante. A análise do assunto é bem mais esclarecedora quando consideramos a existência e preexistência da alma. “Se as almas deixassem a Terra todos os dias, para não mais voltar, a Humanidade se renovaria sem cessar com as entidades primitivas, que teriam tudo a fazer e tudo a aprender. Não haveria razão, portanto, para que o homem de hoje fosse mais adiantado que os dos primeiros tempos do mundo, pois que para cada nascimento o trabalho intelectual teria de recomeçar. A alma voltando, ao contrário, com o seu progresso já realizado, e adquirindo cada vez alguma experiência a mais, vai assim passando gradualmente da barbárie à civilização material, e desta à civilização moral.”
Esclarece o Evangelho que as palavras de Jesus: “Buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á” significam, conforme a compreensão moral, “Pedi a luz que deve clarear o vosso caminho, e ela vos será dada; pedi a força de resistir ao mal, e a tereis; pedi a assistência dos bons Espíritos, e eles virão ajudar-vos, e, como o anjo de Tobias, vos servirão de guias; pedi bons conselhos, e jamais vos serão recusados; batei à nossa porta, e ela vos será aberta; mas pedi sinceramente, com fé, fervor e confiança; apresentai-vos com humildade e não com arrogância, sem o que sereis abandonados às vossas próprias forças, e as próprias quedas que sofrerdes constituirão a punição do vosso orgulho”.