• Francisco Rebouças – Niterói/SP
De tal modo brilhe a vossa luz diante dos homens, que eles vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 05:16).
Compreendemos através dos ensinamentos da doutrina espírita, que ainda estamos distantes de fazer resplandecer a nossa luz, tanto quanto sabemos ser possível fazê-la brilhar em nossos caminhos em direção ao aprimoramento intelectual, moral e espiritual como muitos outros já conseguiram, porque fazer brilhar nossa luz significa combater em nosso mundo íntimo o peso das nossas imperfeições e refletir em nossa vida, nos nossos atos e pensamentos, os bons sentimentos e as boas vibrações do seguidor do Cristo.
“A semente microscópica desaparece, em verdade, no seio da Terra, qual se fora inútil ou desprezível, todavia, não se abandona à inércia, por sentir-se relegada ao abandono aparente.
Confia-se às leis que nos regem e, na dinâmica da obediência construtiva, desvencilha-se dos envoltórios inferiores que a encarceram, germina, vitoriosa, e cresce para produzir, não para si mesma, mas, para benefício dos outros, num eloquente espetáculo de bondade espontânea, ante a majestade da natureza…Possa o nosso coração, no solo das experiências humanas, copiar-lhe o impulso de simplicidade e serviço e a nossa existência será testemunho insofismável da magnificência divina cuja sublimidade passaremos então a refletir.” 1
Não somos portadores de uma luz que nos clareie os caminhos a ponto de não tropeçarmos nos desvios do reto procedimento, mas já somos capazes de enxergar através dela a sombra dos nossos desatinos, das nossas desatenções em relação às lições contidas no Evangelho de Jesus que é para nós o Caminho a Verdade e a Vida.
Estamos bem longe de atingir o apogeu da sabedoria, mas, com o que aprendemos nos estudos da nossa doutrina, nada nos impede de pronunciar algumas frases de encorajamento, em auxílio aos desalentados.
Não possuímos a calma e a paz indispensável para entender os diversos dramas vivenciados por inúmeras criaturas em sofrimentos, no entanto, já contamos com a possibilidade de silenciar sobre o mau procedimento do nosso semelhante, sem julgamentos precipitados ajudando no que nos for possível fazer, mesmo não desfrutando da alegria permanente em nossa vida, pois ainda estamos à volta com nossos desafios diários, entretanto é possível ofertar um sorriso de simpatia aos que necessitam de consolo e esperança.
Não somos possuidores de dinheiro, fortuna etc., mesmo assim podemos doar um pão ao faminto necessitado, muitas vezes pensamos que não dispomos de condições para fazer a caridade como gostaríamos, mas se não podemos fazer como gostaríamos, podemos realizar o que nos é possível porque em qualquer situação e tempo, podemos agir no bem incessante e a alegria nos será ofertará seu precioso prazer.
Se realmente estamos interessados pela expansão da nossa luz segundo o preceito evangélico, não desperdicemos a benção do tempo, e não menosprezemos o ensejo sublime de ser mais útil. Não nos esqueçamos de que a ociosidade mental é antiga e traiçoeira e sedutora opção, que precisamos desaprender, pois seus efeitos continuam asfixiando-nos a vida e somente livrando-nos desse veneno letal, trabalhando e servindo sempre, é que conseguiremos assimilar o ideal de perfeição que nos ensinou e exemplificou Jesus, nosso Mestre e Senhor.
Referência:
1 XAVIER, FRANCISCO CÂNDIDO. Espírito Emmanuel. Construção do Amor. Capítulo “A Semente de Mostarda”.