• Cláudio Bueno da Silva – Osasco/SP
A reencarnação é um dispositivo que Deus utiliza para fazer cumprir os seus desígnios quanto aos seres criados. Somente através dela os seres evoluem. Exclua-se esse princípio da vida universal e tudo parecerá não ter sentido.
A finalidade da vida está admiravelmente resumida no conceito: “Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sempre, tal é a Lei”.
O Espírito progride reencarnando inumeráveis vezes. Acumula bônus e ônus na longa trajetória. As experiências da vida no corpo (principalmente) geram efeitos morais para ele. Os acertos contam a seu favor. Os equívocos o colocam na posição do “devedor” moral que precisará repetir as situações mal vividas para regularizar as relações com os outros e com a própria consciência.
As circunstâncias e a gravidade dos conflitos que cada um carrega dentro de si dão as coordenadas para o retorno à vida física. O Espírito reencarna então com seus problemas. As limitações, deficiências, traumas e complexos que inibem suas ações, frustram seus desejos, dificultam suas relações no mundo, existem para preservá-lo de sucumbir em velhos erros ou incorrer em novos perigos.
O Espírito Emmanuel, através do Chico Xavier, afirma que não sabemos quando, mas as dores virão para todos. As imperfeições humanas, as asperezas da vida em nosso planeta, o passado delituoso, por um lado, e por outro, a vasta experiência de Emmanuel, dão a ele essa certeza, as dores virão cedo ou tarde.
As dores se manifestam de inúmeras formas e a sabedoria divina aplica-as conforme as necessidades de cada um, atendendo à lei de causa e efeito. Há muitas pessoas que sofrem bastante com provas ou expiações terríveis, difíceis mesmo de suportar. Mas é inegável que o amor de Deus socorre a todos os sofredores, e não podia ser de outra maneira.
Por maiores dificuldades que o homem possa ter na vida presente, é importante que ele se convença de que a situação a que está exposto é exercício de educação ou reeducação para o seu Espírito. O indivíduo não reencarna para ser punido, mas para extrair conhecimento e aprendizado das experiências que vive.
Podemos afirmar que a parte mais difícil da reencarnação talvez não sejam as dores físicas e morais que possam nos afetar, porém a luta que precisamos travar por nós mesmos, domando os nossos instintos, controlando os nossos ímpetos, suavizando os nossos sentimentos, conhecendo as nossas tendências, para modificá-las se necessário. E na maioria das vezes não só é necessário, mas urgente.
Esse esforço por nós mesmos transformará nosso Espírito e erradicará as causas que nos fazem sofrer.
Portanto, a vida tem que ser vivida com um propósito, o da educação do nosso Espírito.