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domingo 24 novembro 2024
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Coluna Espírita – A ingratidão dos beneficiados

• Espírito Benedita Maria – Psicografia de Raul Teixeira – Niterói/RJ
Não deverá ser estranha a você a presença marcante da ingratidão do mundo a sua volta.
Você já deve ter observado o quanto as pessoas, de maneira geral, desejam receber, obter graciosamente isso ou aquilo, para que se sintam bem e possam creditar valor ao seu benfeitor. Mas, acredite, esse valor atribuído ou o louvor demonstrado, é coisa de poucos momentos, na maior parte das vezes.
É por demais comum que nem todas as pessoas saibam receber o que lhes é ofertado, com espírito de gratidão, com alegria n’alma e reverência pela vida, por haver colocado em seu caminho o benfeitor.
Muitas vezes, por complicados processos psicológicos que se formaram de encarnação a encarnação, o beneficiado acaba se sentindo inferiorizado em relação ao seu benfeitor; sente-se humilhado e uma certa rebelião íntima inspira-lhe planos vingativos.
Na primeira oportunidade, forças de treva associadas ao mau caráter do ingrato beneficiado criam sobre a figura do benfeitor a maledicência, a calúnia, a revolta, que podem chegar a formas mais grotescas de ingratidão.
Quantos casos você deve conhecer de pessoas que foram acolhidas em algum lar, na hora da necessidade; de empregados que obtiveram ensejo de trabalhar, mesmo sem tantas habilidades; de amigos que foram consolados ou sustentados por outros, no tempo da penúria, e que se voltam contra seus benfeitores? Mentem, atraiçoam, sequestram, usurpam, matam.
O mundo está repleto de ingratos. Recordemo-nos de Jesus: o caso dos dez leprosos curados, quando somente um voltou para agradecer; o caso de Judas Iscariotes, que se esqueceu das instruções do Amigo e pensou somente no poder terreno do qual poderia usufruir e o caso do povo que o recebeu com festa num domingo e que, na sexta-feira seguinte, chumbou-O numa cruz, trocando-O por um marginal social. Nem o Divino Mestre escapou dos ingratos.
Muito importante, porém, é que o amor para com o semelhante e o desejo de servir, em nome de Deus, não se esfriem no seu coração. Continue servindo no que possa, onde possa e como possa, sem se preocupar com o fato de que mais hoje mais amanhã, aquele a quem tinha atendido se volte contra você. Faz parte das tribulações do mundo e pesa bastante sobre a vida dos ingratos.
Verifique se, por sua vez, não é você o ingrato, com relação a quem o socorreu em alguma ocasião. Não se trata de se prender a bajulações nem a louvaminhas sem nenhum sentido. Trata-se, isto sim, de orar agradecido por seus benfeitores e imprimir maior valor a sua própria vida, impulsionado pelo que deles tenha recebido.
Desejoso de dar um sentido venturoso a sua existência na Terra, continue fazendo o bem, desinteressadamente, sem aguardar agradecimentos de quem quer que seja, como fez Jesus, porque todo o trabalho que você realize cooperando com a expansão do amor no mundo, advogará em seu favor, nas faixas diversas da sua evolução.
Não se perturbe, pois, com os ingratos. Siga servindo.