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sexta-feira 8 novembro 2024
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Coluna Espírita – A formação do educador

• Marcus De Mario – Instituto Brasileiro de Educação Moral-IBEM/RJ
Um ponto sensível no centro espírita e, por extensão, no movimento espírita, é a formação ou capacitação do educador da infância e juventude, normalmente chamado evangelizador, que é responsável pela formação moral das novas gerações através dos conceitos da existência de Deus, da imortalidade da alma, da comunicabilidade entre os planos de vida através da mediunidade e a evolução que se dá pela reencarnação, ou seja, os quatro pilares ou princípios básicos do Espiritismo, tudo isso envolvido pelos ensinos morais de Jesus, nosso Mestre e governador espiritual do planeta. Como se vê, não basta a boa vontade para ser um bom educador espírita, é preciso estudar e se preparar convenientemente.
Tanto a criança quanto o jovem são espíritos reencarnados, trazendo toda uma bagagem de experiências e aprendizados já realizados, assim como desde cedo demonstram suas tendências de caráter e suas ideias inatas, e o educador espírita não pode negligenciar essas realidades, assim como igualmente não pode esquecer que, estando reencarnado, o espírito obedece ao desenvolvimento do seu corpo e a manifestação do seu psiquismo através do cérebro, o que é estudado, por exemplo, pela psicogenética e pelo construtivismo, que embora sejam ramos do conhecimento de ordem materialista, são muito importantes para o melhor trabalho da educação.
Na literatura espírita não faltam pesquisadores e autores que se debruçaram sobre os mais variados aspectos da educação do espírito encarnado: Herculano Pires, Pedro de Camargo, Walter Oliveira Alves, Dora Incontri, Walter Barcelos, Heloísa Pires, Dalva Silva Souza, Sandra Borba entre vários outros, todos com diversos livros publicados e que podem ser encontrados nas melhores livrarias ou adquiridos pela internet. Alguns podem não ser tão conhecidos, pois se dedicaram quase que somente à educação, mas devem ser estudados, e de preferência em grupo, em reuniões dos educadores no centro espírita. Esses grupos de estudo são muito importantes e devem fazer parte do planejamento de trabalho da educação espírita de crianças e jovens.
Como o tema educação é extenso e profundo, ainda mais com a crença no espírito imortal presentemente encarnado, o centro espírita deve procurar realizar periodicamente encontros, treinamentos e cursos para melhor quali¬ficação dos educadores. Para isso deve procurar o apoio de outros centros espíritas através do movimento espírita de seu estado, em sua área regional, pois é a união que faz a força, é a troca de experiências que fortalece esse trabalho essencial da educação ou evangelização espírita.
Muitas vezes a criança e o jovem não querem frequentar essas atividades específicas ofertadas pelo centro espírita pelo motivo do educador ser o problema, ou seja, nem sempre está bem preparado, não sabe ser criativo, não utiliza uma boa didática, sua metodologia pode não estar adequada às necessidades e anseios dos participantes, pode não estar dando espaço suficiente para participação, assim como os temas podem estar desligados da realidade da vida. O que estamos constatando é que nem sempre o problema está na criança ou no jovem, ou em outras palavras, as di¬ficuldades encontradas nem sempre têm por causa as novas gerações, que muitos acreditam não terem mais jeito, quando na verdade o verdadeiro educador deve sempre acreditar nos seus educandos, no potencial divino que trazem em si e que depende dos seus esforços para desabrocharem.
A formação, ou capacitação, ou ainda a qualificação do educador espírita é essencial e não pode ser negligenciada, senão vamos repetir o quadro que hoje encontramos na rede escolar brasileira, seja ela pública ou particular, quando vemos professores mal preparados, perdidos e repetindo um modelo de ensino defasado. Não podemos copiar esse modelo vigente nos institutos de educação de nível médio e nas faculdades de pedagogia. Precisamos fazer diferente, e se não o fizermos estaremos comprometidos com a lei divina, que aguarda nossos esforços em melhor educar, para que as crianças e jovens de hoje sejam adultos éticos, solidários e espiritualizados de amanhã.