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sexta-feira 29 novembro 2024
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Coluna Espírita – A farmácia do amor

• Ricardo Orestes Forni – Tupã/SP
“Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes outros?” – João, 21-15.
Pedro ficou espantado quando recebeu essa indagação de Jesus. O Apóstolo amava o Mestre sem a necessidade de procurar dentro de si mesmo uma resposta. Amava espontaneamente, naturalmente, verdadeiramente, sem justificativas.
Os enamorados vivem a trocar juras de amor, mas sabem realmente o que é amar?
Segundo Joanna de Ângelis, amar é abrir o coração sem reservas, encontrar-se desarmado de sentimentos de oposição, sempre favorável ao bem e ao progresso, mesmo quando discordando das colocações que são apresentadas.
Diz mais sobre o amar, Joanna. Amar, diz ela, torna-se um hábito edificante, que leva à renúncia sem frustração, ao respeito sem submissão humilhante, à compreensão dinâmica, por revelar-se uma experiência de alta magnitude, sempre melhor para quem o exterioriza e dele se nutre.
Arrisco a dizer que amar não é possível definir com palavras, apenas sentir e revelar com atitudes.
Pedro deve ter ficado em maus lençóis quando recebeu, de chofre, a pergunta de Jesus. Simão o amava com as forças interiores de sua alma, mas não sabia definir como isso acontecia. Era muito óbvia para ele a resposta à pergunta do Mestre, por isso ele respondeu a Jesus: Tu sabes que eu te amo. Pedro sentia verdadeiramente esse amor, mas ficava difícil defini-lo.
Mas, agora, as coisas, com a evolução da ciência, ficaram mais fáceis. Li um artigo curioso na revista Super Interessante, edição 311, de 2012, intitulado Amor de Farmácia. Segundo esse artigo o amor é mais concreto e menos impalpável do que a definição dos poetas ou dos grandes apaixonados. Vejamos: “Um remédio que chegou este ano às farmácias americanas é o novo passo da ciência na busca do amor eterno. E não é só. Especialistas acreditam que já é possível acabar com a traição. Para tudo isso, basta manipular os hormônios e genes certos.
Amor não é uma vontade incontrolável de ficar com seu amante o tempo todo. O nome disso é serotonina. Amor não relaxa o corpo, cria laços e deixa os apaixonados felizes. O nome disso é ocitocina. É dopamina. Biologicamente, paixão é só um jato de hormônios e neurotransmissores disparado pelo cérebro. E que viciam quase como droga – as áreas de prazer e recompensa ativadas são as mesmas. Mas uma hora cansa. Quando a festa hormonal no cérebro acaba, o amor chega ao fim.
Com isso em mente, os neurocientistas Julian Savulescu e Anders Sandberg, da Universidade de Oxford, Reino Unido, iniciaram uma busca pela ciência do amor eterno. Primeiro, eles analisaram dados de divórcio nos Estados Unidos e viram que, todo ano, quase um milhão de casais se divorciam no país – em média, 16 anos depois do casamento. Esse tempo de duração não é à-toa, segundo os cientistas. Há milhares de anos, o cérebro criou artimanhas químicas para atrair casais, a fim de estimular a reprodução da espécie. Só que, milhares de anos atrás, os humanos viviam cerca de 25, 30 anos. Ou seja, eles passavam, no máximo, por volta de 15 primaveras juntos com alguém. Justamente como a média de duração dos casamentos hoje nos EUA (e também no Brasil, segundo o IBGE). Ou seja, do ponto de vista evolutivo, não é que os relacionamentos estejam, necessariamente, durando menos. É que estamos vivendo mais. “Nosso cérebro evoluiu há milhares de anos para lidar com relações e problemas que faziam sentido naquele ambiente em pequenas comunidades de caça e coleta. É um sistema primitivo, com limitações”, diz Brian Earp, psicólogo e professor da Universidade de Oxford, que integra a equipe de Savulescu e Sandberg. Segundo eles, até hoje nosso corpo segue essa regra. A culpa dos casamentos durarem pouco, portanto, é dos hormônios e neurotransmissores. Ou melhor, da falta deles. Afinal, são eles que acionam o sistema de recompensa do cérebro e desencadeiam a sensação de prazer e felicidade do amor correspondido.
Um grupo de cientistas até já pôs as ideias em prática. O remédio do amor vem em um recipiente de 7,5 ml, com conta-gotas, ou sob a forma de spray nasal. A ocitocina está no ar. O sistema límbico do cérebro, responsável pelas sensações e sentimentos, produz ocitocina naturalmente, seja em um abraço, seja na amamentação ou durante o parto, estimulando as contrações uterinas. Ela aparece ainda como a substância química responsável pelo sentimento de conexão entre duas pessoas. Um estudo da Universidade de Bar-Ilan, de Israel, acompanhou 60 casais e mediu o nível do hormônio no sangue deles. “Meses antes de terminar o relacionamento, eles mostravam uma queda da quantidade de ocitocina.”
Será que o ato de amar a outra pessoa pode ser introduzido em um indivíduo através de uma substância química? Na longínqua Idade Média, Francisco de Assis seria possuidor dessas substâncias? Teria o santo utilizado em exagero essa medicação já que amava a toda a obra da Criação chamando a tudo e a todos de irmãos?
Teria Chico Xavier descoberto esse novo segredo da ciência e realizado a obra imensa de amor que ele realizou à custa dessa tal de ocitocina, serotonina e dopamina?
É urgente descobrirmos onde se vende tais produtos para distribuirmos gratuitamente à população que cada vez está se agredindo mais e mais.
Ao invés de loja de armas, inúmeros postos de distribuição gratuita de ocitocina, serotonina e dopamina e, pronto! A Terra retornará ao Éden perdido por Adão e Eva…