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quinta-feira 28 novembro 2024
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Coluna Espírita – A estória de um espírita

• Wagner Ideali – Atibaia/SP
Busque o reino de Deus antes de tudo e o restante virá de acréscimo. (Jesus)
Vamos chamá-lo de José, um cidadão como todos nós.
A vida de José tinha seus altos e baixos, até que ele foi acometido de algo muito grave. Procurou solução na medicina, na política, nas religiões tradicionais dentro da expressão de fé que lhe foi ensinada, foi em busca de uma solução para o seu problema em diferentes conteúdos da vida.
Nada do que ele buscava resolvia o seu problema, melhorava, acalmava, mas o problema continuava e seu coração sempre apreensivo para resolver essa gravidade que o abatia.
Um amigo lhe indicou um centro espírita e lá foi ele em busca da ajuda.
Que alegria acometeu a sua alma, parece que ele tinha encontrado na casa espírita o local para resolver seus problemas. Tomou passe, fez tratamento, realizou cursos, até se tornou trabalhador da casa.
Parece que o problema tinha se resolvido, encontrou a solução dentro dos ensinos espíritas, nas palestras, nos cursos e nos tratamentos e tudo convergia para um completo restabelecimento da sua paz interna, solucionando as angústias do seu coração, e, portanto, a solução do problema.
Com o passar do tempo, na acomodação das coisas ele sentiu algo onde parecia que tinha melhorado e muito, mas o problema continuava bem lá no fundo. A angústia, o desequilíbrio ainda estavam lá guardados no profundo do seu ser. O que fazer? Como resolver essa questão?
Assim, quando lendo algumas passagens da vida de Jesus, José juntou os pedacinhos desses ensinamentos e, num arroubo de alma, percebeu que o entendimento dos ensinos de Jesus estava condicionado a alguns convencionalismos sociais entre outras coisas e, portanto, estava faltando algo no seu coração para se sentir livre e totalmente resolvido em seu problema. Aparentemente ele está perdoando os outros, mas, sinceramente, não perdoava a si; aparentemente amava os outros, mas, no fundo, não amava a si; tinha a palavra de consolo para os outros, mas não tinha de verdade a fé profunda para acreditar em si e no que ele próprio dizia; estava vivendo o Evangelho ainda dentro de condicionamentos sociais e aparências que camuflavam seu egoísmo e orgulho. Assim ele percebeu que mantinha, dentro de si, revolta contra algumas pessoas, apesar de dizer da boca para fora que perdoara a todos.
Foi então que ele percebeu que precisava vencer o ego exacerbado que não o permitia enxergar de verdade o mundo à sua volta, não permitia que ele aceitasse as opiniões dos outros, mas, sim, fingia que aceitava e compreendia, mas apenas de forma superficial, satisfazendo as suas necessidades sociais e apaziguando seu orgulho muitas vezes ferido.
Ele precisava se impor como pessoa, suas vontades, pois afinal era alguém que precisava ser respeitado. Foi assim que num momento percebeu a profundidade das palavras de Jesus em buscar o Reino de Deus dentro do coração. Não mais palavras bonitas externas, mas pensamentos reais com atitudes verdadeiras. Olhar no espelho e pedir desculpas para si e mudar o seu caminhar.
Percebeu nesse momento que ele poderia estar encontrando as soluções em qualquer religião, em qualquer agremiação social, porque tudo na verdade estava dentro dele.
O Espiritismo, com seus estudos, palestras, tratamentos, foi de grande valia para ajudá-lo a acordar, mas a solução mesmo sempre esteve dentro dele.
Essa pequena e simplória estória pode ser a História de muitos de nós. Tudo depende de como vamos enxergar as coisas.
Uma coisa é certa: a doutrina espírita é a rodinha que foi colocada na ponta de nossa cruz para que possamos carregá-la um pouco mais fácil, pois a nossa cruz teremos de carregar, já nos ensinava Jesus, mas a solução de tudo à nossa volta se encontra dentro de nós, na real e total retirada do egoísmo, do orgulho, do ódio, e de todo sentimento negativo que mantemos dentro de nós.
Construir dentro do nosso coração um jardim de flores de amor, perdão, trabalho, paciência, estudo, determinação e fé compete a cada um.
Que Jesus continue a abençoar a todos nós. (Um amigo espiritual)