• Ricardo Orestes Forni – Tupã/SP
Nos momentos de grandes dificuldades que encontramos naturalmente em nossa jornada pela Terra, planeta de provas e expiações, onde não se faz turismo, mas, sim, onde evoluímos através de provas e ou expiações, estamos diante de um perigo. Não nos referimos aos riscos que a situação difícil possa representar, mas a outro tipo de problema representado pela interpretação e reação que possamos ter diante do sofrimento, seja ele de que natureza for.
Francisco de Assis, por exemplo, contraiu a malária numa época em que recurso nenhum contra esse mal a humanidade dispunha. Enfrentou a febre e os demais sintomas característicos dessa enfermidade de uma forma nua e crua, para nos valermos da expressão popular. Da mesma forma, Francisco contraiu o tracoma, grave infecção ocular, também numa época em que de nada se dispunha no combate a essa doença. Foi socorrido, se assim podemos nos expressar, por um ferro em brasa que queimou-lhe a vista comprometida no intuito de curar-lhe a enfermidade. Podemos considerar que o remédio fez um estrago maior do que a própria doença. Isso apenas como uma pequena amostra do que padeceu Il poverello, sem entrarmos no mérito das demais dificuldades enormes que enfrentou sem revoltar-se contra o sofrimento e muito menos contra o Criador.
Madre Teresa de Calcutá, que iluminou a história da humanidade com a sua entrega aos esquecidos pelo mundo, padecia de uma terrível dor de cabeça que não lhe dava sossego. No entanto, a força desse Espírito de escol foi sempre maior do que a própria doença, não a impedindo de praticar a caridade de forma incondicional. Nunca vacilou ou entregou-se à revolta contra Deus, abandonando a tarefa de inestimável valor que trouxe como compromisso em sua última estada entre os homens.
Chico Xavier também foi outro exemplo vivo de fidelidade a Jesus, apesar de todos os sofrimentos e dificuldades que lhe repontaram pelo longo caminho de sua última existência no mundo dos encarnados.
Para quem conhece Divaldo pessoalmente ou através de suas várias bibliografias, sabe que esse tarefeiro também não foge à regra de enfrentar dificuldades que conhecemos e, principalmente, aquelas que desconhecemos.
Os Espíritos evoluídos se caracterizam por não alardear os problemas que os visitam persistentemente. É que consideram as dificuldades como verdadeiras cercas vivas de Deus a mantê-los fiéis ao rebanho do Divino Pastor.
Por que será que temos imensas dificuldades em agir da mesma forma? Nos primeiros embates que se nos apresentam nos colocamos numa encruzilhada: aceitar o sofrimento entendendo que eles não erram de endereço devido ao fato da Justiça maior jamais falhar, ou nos entregamos aos protestos através das blasfêmias que no fundo representam uma revolta contra o próprio Criador.
Se ganhamos um carro numa rifa; se concretizamos uma viagem de nossos sonhos; se trocamos nosso carro velho por um com zero quilômetro; se acertamos os números da loteria; se a saúde não nos falta; se tudo transcorre em paz em nosso lar; se os filhos percorrem o bom caminho; se, em resumo, tudo vai bem, quando conseguimos nos lembrar de Deus, temo-Lo como nosso grande e bom amigo. Entretanto, se as coisas vão mal, se não seguem o rumo que desejamos, o primeiro a ser lembrado é a figura do Criador. Rapidamente nos deslocamos do momento tranquilo para a referida encruzilhada onde, na maioria das vezes, optamos pela descrença, pela desistência de nossa fé, acusando a Deus como o grande culpado pelo mal que nos atinge.
Vamos recorrer a Emmanuel em uma página do livro Palavras de Vida Eterna, capítulo 117, denominado Espera por Deus:
Não julgues o sofrimento por mal.
A tempestade carreia a higiene da atmosfera.
A doença do corpo é renovação do espírito.
Em todos os sucessos desagradáveis e em todas as condições adversas da existência, acalma-te e aguarda a intervenção da Infinita Bondade.
Quantas vezes teremos que renascer para não chegarmos à encruzilhada emocional citada anteriormente e aplicarmos perante os obstáculos da existência esses ensinamentos de Emmanuel?
Quantas reencarnações demandaremos para entender que Deus está sempre presente em nossas vidas, principalmente nos momentos de dificuldades maiores? Não é na ocasião da enfermidade grave que a mãe vela mais intensamente à cabeceira do filho?
Quando assim sentirmos e procedermos, a encruzilhada desaparecerá de nossa estrada e continuaremos firmes no caminho do bem, sem a necessidade de optarmos por nenhum outro percurso a não ser permanecermos confiantes no roteiro que nos foi proposto por Ele!
Coluna Espírita – A encruzilhada
ago 08, 2020RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – A encruzilhadaLike
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