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domingo 1 dezembro 2024
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Coluna Espírita – A Curiosa Correspondência Entre o Rei Abgar e Jesus

• Gerson Sestini – Rio de Janeiro/RJ
Eusébio Pânfilo, um dos “Pais da Igreja” que viveu entre 265 a 339 em sua volumosa “História Eclesiástica” narra o episódio que vamos enfocar. Abgar, rei de Edessa, incluída do reino Osroena, na antiga Mesopotâmia, enviou uma carta a Jesus pedindo-lhe que viesse ao seu reino para saná-lo de insidiosa moléstia, uma vez que soubera que limpava leprosos, expulsava espíritos impuros, fazia os cegos verem e coxos andarem. Diante daqueles prodígios noticiados chegara à conclusão de haver duas possibilidades: ou ele, Jesus, era o próprio Deus, ou seria o Filho de Deus.
O portador da carta, chamado Ananias, entregou-a a Jesus que na ocasião encontrava-se em Jerusalém. O Mestre respondeu-lhe utilizando-se do mesmo portador. Eis o que diz a carta:
“Bem-aventurado és tu que acreditaste em mim sem ter me visto. Pois está escrito a meu respeito, que os que me viram não acreditarão em mim, e que, os que não me viram acreditarão e serão salvos. Mas no que diz respeito ao que vós me escrevestes, que eu deveria chegar até vós, é necessário que eu cumpra todas as coisas aqui para as quais fui enviado, e, depois de as ter cumprido, serei retomado para Aquele que me enviou. Porém, depois de eu ter sido levado, vos enviarei um dos meus discípulos, pois ele pode curar vossa doença e dar vida aos vossos.”
Consta que um dos setenta e dois discípulos de Jesus teria sido enviado a Edessa para curar a lepra do rei Abgar, a mando do apóstolo Tomé.
Estas cartas foram consideradas posteriormente apócrifas pela Igreja de Roma, embora haja a possibilidade de terem sido realmente escritas, conforme algumas pesquisas mais recentes. Salvo alguns termos historicamente impróprios encontrados nos originais dessa correspondência, ela nada tem que a desabone. A Igreja Ortodoxa aceita-a, tendo mesmo canonizado o rei como Santo Abgar V que realmente existiu.