• Espírito Camilo – Psicografia de Raul Teixeira – Niterói/Rio de Janeiro
“Onde houver tristeza que eu leve alegria”
A sombra da tristeza, invariavelmente, acarreta tormentos para a alma sobre a qual se estira. Incapazes de registrar os aspectos grandiosos da vida corporal, no mundo físico, não são poucas as criaturas que se permitem absorver os bafios da tristeza.
A tristeza se exprime desde as mais simples formas, como o desagrado com o próprio ou com o comportamento de outrem, ou em razão de alguma ansiosa espera de algo que não se concretiza. Apresenta-se também por causa da inveja; pela ânsia de ter-se o que não se consegue; por motivo de alguma enfermidade em si ou em alguém do círculo afetivo.
Ocorrem tristezas motivadas pela desencarnação de um ser querido; outras advêm a partir de um flagelo que a natureza impõe sobre um grupo de pessoas, sobre uma sociedade ou sobre um povo.
Estranha é a força penetrante da tristeza, porquanto mesmo aqueles que detêm conhecimentos importantes sobre a vida, sobre as coisas da vida, sobre as leis que regulam a vida, deixam-se invadir e corroer-se por ela.
Quantas vezes a tristeza é tanta e tão forte que conduz seu portador às ladeiras íngremes das depressões ou mesmo ao despenhadeiro da morte.
Ao refletirmos sobre essa soberania da tristeza é que percebemos a gigantesca coragem de Francisco de Assis, que, de alma aberta, se apresentou ao Cristo para servir nesse atormentado front.
Sabia Francisco que, como visgo, a tristeza tem muita dificuldade em deixar a alma, ou que a alma acha muita dificuldade para despegar-se da tristeza. Mas, mesmo assim, e talvez por isso mesmo, é que ele desejou ser o portador da alegria aos tristes.
A verdadeira alegria, aquela que vem dos arcanos da Luz, aonde chega imprime seu sinete transformador. A alegria genuína, a alegria real, não é, obrigatoriamente, caracterizada pelos estrépitos das gargalhadas ou pelas estridentes gritarias, que simulam, no barulho, as expressões de entusiasmo, quando, quase sempre, é mera agitação.
Constitui-se verdadeira fonte de alegria o conhecimento da verdade sobre o mundo, sobre a vida, sobre as coisas que cercam a existência humana, o domínio do conhecimento, enfim, ainda que gradualmente.
Saber o porquê de tanto sofrimento no planeta, no seio das existências tanto de pessoas materialmente bem aquinhoadas quanto de pessoas pobres; entender as razões da morte biológica, deixando de admitir qualquer prurido de injustiça no âmago das leis sublimes da vida, torna-se mensagem de veraz alegria.
Comemorar a saúde da alma e do corpo, sabendo tratá-los por meio de convincente dieta moral e material, valorizando o veículo do progresso da alma, é importante motivação para a alegria.
Saber desviar os pés dos caminhos do vício e do crime, por reflexão e entendimento das coisas, nunca por temor do pecado ou de castigos inapeláveis, constitui-se em campo de alegria.
Fomentar felizes amizades, ampliando os laços de bem-querer. Iluminar a família com bons e nobres exemplos de vivência ajustada, a ponto de respirar paz interna, numa vida morigerada, simples, sem complicadores. Eis aí fundas razões de alegria.
Somente se consegue alegria, componente obrigatório da paz, quando se realizam esses exercícios cotidianamente. Quando aprendermos que é fundamental saber levar alegria, como ensinou Francisco, em todos os caminhos onde nos apresentemos com nossa atuação, onde a tristeza vigore, teremos alcançado o nível de alcandorados cooperadores dos planos de Jesus Cristo para o planeta, que são os planos da felicidade, os planos da paz, para todos nós.
Coluna Espírita – A Busca da Verdadeira Alegria
jan 28, 2020RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – A Busca da Verdadeira AlegriaLike
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