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domingo 24 novembro 2024
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Coluna Espírita – A Bíblia e nós

• Altamirando Carneiro – São Paulo/SP
Os menos avisados, ou até os mais avisados, mas que têm de atender as conveniências religiosas de seus credos, costumam dizer asneiras como: “O espírita não lê a Bíblia”; ou: “O espírita não conhece o Velho Testamento”; ou: O Evangelho Segundo o Espiritismo não reflete as Escrituras”.
Bobagens. O espírita tem a Bíblia como um livro importante, para seus estudos e pesquisas. A Bíblia não é uma obra ditada por Deus, como muitos fazem crer, mas por pessoas inspiradas e falíveis, obra que teve várias traduções, obedecendo às conveniências de cada um. Por isso, as Escrituras devem ser interpretadas pelo espírito que vivifica e não pela letra que mata.
O livro O Evangelho Segundo o Espiritismo reflete o ensinamento das Escrituras, segundo Mateus, Marcos, Lucas e João. Allan Kardec priorizou o Novo Testamento, porque é o ensinamento dele que realmente importa, pois trata das lições imorredouras deixadas por Jesus. Mas não há desprezo pelo Velho Testamento. Muito pelo contrário, há citações do Velho Testamento, quando os assuntos assim exigem.
É importante o uso da fé raciocinada, na interpretação das lições evangélicas. No capítulo XIX de O Evangelho Segundo o Espiritismo – A fé transporta montanhas – Allan Kardec diz que a fé cega já não é mais deste século. Ora, Kardec escreveu essas palavras no século XIX. Logo, no nosso século, o século XXI, elas estão mais que atuais.
No item 6 do capítulo IV – Papel da Ciência na Gênese – do livro A Gênese, Allan Kardec diz: “A Bíblia, evidentemente, encerra fatos que a razão, desenvolvida pela Ciência, não poderia hoje aceitar e outros que parecem estranhos e repugnantes, pois derivam de costumes que já não são nossos. Mas, a par disso, haveria parcialidade em não se reconhecer que ela guarda belas e grandes coisas. A alegoria ocupa ali considerável espaço, ocultando sob o seu véu sublimes verdades, que se patenteiam, desde que se desçam ao âmago do pensamento, pois que logo desaparece o absurdo”.