• Altamirando Carneiro – São Paulo/SP
Respeitamos as pesquisas e as descobertas da Ciência, mas a verdade é que quem lê e assimila o conteúdo das obras básicas da Codificação Espírita tem uma noção clara da maneira como surgiu o Universo.
Se ele surgiu de uma explosão, o Big Bang propalado pelos cientistas, então, deve ter sido uma explosão de amor, pois Deus é amor e não foi outro, senão Ele, o criador de tudo o que existe, abaixo e acima do Sol.
É aí que vemos a atualidade de O Livro dos Espíritos, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, O Céu e o Inferno e A Gênese. A jovem Doutrina – O Espiritismo – que surgiu em 18 de abril de 1857, avançou a passos largos, mostrando, de modo claro, a origem do sofrimento; explicando o mistério da vida e da desencarnação; deixando claro o progresso de todos os Espíritos dentro do tempo e do espaço, sob a égide das leis eternas e imutáveis do Criador de todas as coisas; desvendando os segredos do macro e do microcosmo.
O missionário da Terceira Revelação, que veio à Terra em 3 de outubro de 1804 e desencarnou em 31 de março de 1869, viveu 65 anos para, em poucos anos, considerando-se o tempo no nosso planeta, codificar e consolidar uma Doutrina que oferece o mais lógico conjunto doutrinário, majestoso edifício de verdades irretorquíveis.
Nascido Hippolyte Léon Denizard Rivail e adotando o pseudônimo Allan Kardec, de uma reencarnação como sacerdote druida, O Bom Senso Encarnado, como bem o definiu Camille Flammarion, viveu pouco, mas viveu bem; morreu moço, para viver sempre.
A biografia de Allan Kardec, publicada na Revista Espírita, de maio de 1869 e transcrita no livro Obras Póstumas, indaga: “Quem, entre nós, sem ser taxado de presunçoso, poderia possuir o espírito de método e organização com o qual se iluminam os trabalhos do mestre? Só aquela robusta inteligência poderia empregar tanto material, de natureza tão diversa, triturá-lo, transformá-lo, para esparzi-lo como saudável orvalho pelas almas sequiosas de conhecer e de amar”.
A biografia diz que ele foi um “trabalhador infatigável, sempre o primeiro a iniciar o trabalho e o último a deixá-lo”. E que “morreu como viveu: trabalhando”. E mais: “O homem deixou-nos, mas a sua alma será sempre conosco. É um protetor seguro, uma luz a mais, um trabalhador infatigável, que foi aumentar as forças das falanges do espaço”.
Foi por Fortier, magnetizador conhecido de Kardec, que ele ouviu falar pela primeira vez, em 1854, das mesas girantes. Os jornais noticiavam experiências feitas em Nantes, Marselha e outras cidades sobre o fato de o fluido magnético, espécie de eletricidade, atuar sobre os corpos inertes e fazê-los mover.
O Sr. Fortier disse a Kardec que mais extraordinário do que fazer a mesa girar e andar é fazê-la falar; que, perguntando algo, ela responde. “Só acreditarei se vir ou se me provarem que a mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que pode tornar-se sonâmbula. Até então, permita-me que considere isso uma história fabulosa”, respondeu Kardec.
O raciocínio lógico de um homem de bom senso: “Há 50 anos, se tivessem dito, pura e simplesmente, a alguém que era possível a transmissão de uma notícia a 500 léguas, e a recepção da resposta, dentro de uma hora, obter-se-ia uma gargalhada em troco, aliás, bem firmada em razões científicas, que provavam a impossibilidade material do fato. Hoje, que a lei da eletricidade é conhecida, ninguém o contesta, nem mesmo um campônio. O mesmo acontece aos fenômenos espíritas” (Obras Póstumas – A minha iniciação ao Espiritismo).
Realmente, como esclarecem os Espíritos, na resposta à questão 798, de O Livro dos Espíritos, o Espiritismo “se tornará uma crença comum e marcará uma nova era na História da Humanidade, porque pertence à Natureza e chegou o tempo em que deve tomar lugar nos conhecimentos humanos. Haverá, entretanto, grandes lutas a sustentar, mais contra os interesses do que contra a convicção, porque não se pode dissimular que há pessoas interessadas em combatê-lo, umas por amor-próprio e outras por motivos puramente materiais. Mas os seus contraditores, ficando cada vez mais isolados, serão finalmente forçados a pensar como todos os outros, sob pena de se tornarem ridículos”.
Allan Kardec faz a seguinte observação a respeito do assunto: “As ideias só se transformam com o tempo e não subitamente; elas se enfraquecem de geração em geração e acabam por desaparecer com os que as professavam e que são substituídos por outros indivíduos imbuídos de novos princípios, como se verifica com as ideias políticas. Vede o paganismo; não há ninguém, certamente, que professe hoje as ideias religiosas daquele tempo; não obstante, muitos séculos depois do advento do Cristianismo ainda havia deixado traços que somente a completa renovação das raças pôde apagar. O mesmo acontecerá com o Espiritismo; ele faz muito progresso, mas haverá ainda, durante duas ou três gerações, um fermento de incredulidade que só o tempo fará desaparecer. Contudo, sua marcha será mais rápida que a do Cristianismo, porque é o próprio Cristianismo que lhe abre as vias sobre as quais ele se desenvolverá. O Cristianismo tinha que destruir; O Espiritismo só tem que construir.”
Coluna Espírita – A atualidade de Allan Kardec
maio 15, 2020RedaçãoColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Coluna Espírita – A atualidade de Allan KardecLike
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