• Altamirando Carneiro – São Paulo/SP
Todo ser humano está no rumo da angelitude. É bem verdade que nossa humanidade se caracteriza pelas nossas imperfeições, pelo predomínio dos instintos inferiores, que são na verdade os resíduos da nossa animalidade milenar ainda impregnada na nossa constituição psicossomática.
Graças à Doutrina Espírita, conseguimos esconder o processo de lapidação que se desenvolve em nós através de sucessivas reencarnações, mas só isso não basta e se faz mister que devamos ajudar esse processo de burilação a que cada um está sujeito.
O observador atento poderá verificar a realidade dessa afirmativa porque, senão vejamos: toda criatura humana está disposta numa escala progressiva que vai do malfeitor ao santo. Isso é lei, lei da evolução.
Claro que tudo isso tem muito a ver em grande parte como esforço evolutivo nessa condição, até porque, só cabe a nós, rigorosamente, o apressamento ou o retardo da nossa própria evolução espiritual.
Deus, contudo, oferece à criatura imperfeita a oportunidade do serviço no bem, a fim de acelerar a sua caminhada rumo à luz da perfeição. Furtar-se ao cumprimento do dever alegando as imperfeições naturais que todos carregamos é prova do nosso comodismo irresponsável, previsto pelo Cristo, em seu Evangelho: “Quem se apegar à sua vida perdê-la-á, mas quem perder por amor a mim salvá-la-á”.
O apego à vida material é puro comodismo que caberá ao sofrimento cuidar com a vergasta da dor, mais dia, menos dia. Não somos anjos, tão pouco estamos na Terra fazendo o vestibular para tal, mas trazemos as potencialidades da angelitude que nos cabe, como Espíritos Eternos da Criação Divina.
Só o exercício voltado ao bem comum conduzirá todas as criaturas ao caminho da angelitude. Se não queremos entender essa verdade meridiana, o lapidário que nos é imanente será chamado não pela nossa vontade, mas pela vontade da Lei.