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quarta-feira 25 dezembro 2024
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Coluna Espírita – 90 anos de Parnaso de Além-Túmulo

• Éder Andrade – Rio de Janeiro/RJ
Existe um grande marco na história do Espiritismo do Brasil, antes e depois de Chico Xavier, devido as revelações e conhecimentos oferecidos através da sua mediunidade. Vários espíritos, em particular Emmanuel, seu mentor, nos ofereceu várias obras psicografadas de esclarecimento doutrinário. Atualmente existem cerca de 450 obras psicografadas e editadas por diversos espíritos por intermédio direto e indireto de Chico Xavier, algumas obras publicadas em vida e outras após seu desencarne, que podem ser encontradas para nosso esclarecimento e consolação.
Nascido em Pedro Leopoldo em 2 de abril de 1910, recebeu o nome de Francisco de Paula Cândido, em homenagem ao santo do dia de seu nascimento. Membro de uma família de modestas condições, teve oito irmãos, filho de João Cândido Xavier, um vendedor de bilhetes de loteria e de Maria João de Deus, uma lavadeira católica, ambos analfabetos.
Sua mãe morreu quando Chico tinha apenas cinco anos. Incapaz de criá-los, o pai distribuiu os nove filhos entre familiares. A segunda esposa de seu pai, Cidália Batista, uma mulher generosa e de grande coração, adotou e reuniu todos os seus irmãos e ainda teve mais seis filhos com o pai de Chico, João Xavier.
Em 1927, então com dezessete anos de idade, Chico viu-se diante da insanidade de uma irmã, que acreditou ser causada por um processo de obsessão espiritual. Nessa época Dona Carmen e Seu Perácio, casal amigo de uma fazenda vizinha, ajudaram a irmã do Chico e o convidaram para participar de uma reunião espírita em sua casa, iniciando o contato dele com a Doutrina Espírita.
Orientado pelo casal Perácio, Chico fundou em Pedro Leopoldo com seu irmão José e alguns amigos, o Centro Espírita Luiz Gonzaga, onde psicografava e dava psicofonias em geral, despertando o interesse das pessoas. Em 1931 houve um momento que chegou ao conhecimento do então vice-presidente da Federação Espírita Brasileira e ex-presidente da FEB, Manuel Quintão que foi a Pedro Leopoldo conhecer pessoalmente o Chico e trouxe uma série de poemas psicografados e assinados por diversos poetas portugueses e brasileiros, a grande maioria parnasianos. Esses poemas foram levados para a FEB, onde decidiram editar um livro, cujo título foi Parnaso de Além-Túmulo lançado no dia 08 de julho de 1932. Obra que completa esse ano, no mês de julho, 90 anos de lançamento.
O mais interessante foi o fato de ter chamado grande atenção da imprensa, gerando repercussão no meio acadêmico, por sua peculiaridade suscitou rapidamente a reação de literatos e intelectuais brasileiros. Elogiando ou criticando seu conteúdo, membros da Academia Brasileira de Letras, poetas, críticos literários e até psiquiatras pronunciaram-se, à época, a respeito da obra, contribuindo em muito para a sua divulgação.
O vice-presidente da FEB, o jornalista Manuel Quintão, prefaciando o livro, analisou:
“Romantismo, Condoreirismo, Parnasianismo, Simbolismo, aí se ostentam em louçanias de sons e de cores, para afirmar não mais subjetiva, mas objetivamente, a sobrevivência de seus intérpretes. É ler Casimiro e reviver ‘Primaveras’; é recitar Castro Alves e sentir ‘Espumas Flutuantes’; é declamar Junqueiro e lembrar a ‘Morte de D. João’; é frasear Augusto dos Anjos e evocar ‘Eu’1.”
Entre os fatos curiosos foi quando o escritor Monteiro Lobato disse na época: “Se Chico Xavier produziu tudo aquilo por conta própria, então ele merece ocupar quantas cadeiras quiser na Academia Brasileira de Letras”.
Vários episódios marcaram o lançamento dessa obra, que abriu as portas da FEB para as psicografias de Chico Xavier e que seus livros tivessem uma grande aceitação junto a população brasileira, que passaram a acompanhar a psicografia das obras, aguardando sempre o lançamento de um novo livro do Chico pela FEB.
Referências:
1) Xavier, Francisco Candido; Parnaso de Além-Túmulo; FEB.
2) Sestini, Gerson; Inesquecível Chico; Ed. GEEM.
3) Wikipédia (Enciclopédia livre)