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sábado 21 dezembro 2024
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Coluna do Crisante – Os imprevistos de uma pescaria

Essa passagem foi contada pelo saudoso Navarro (ex goleiro do Noroeste), quando eu morava em Bauru, numa conversa descontraída no “G Petisco”, bar famoso da cidade “sem limites”.
Contou ele que tinha uns amigos gostavam de pescaria, como o grupo do bar Zé Bigode em Taubaté, onde se discute futebol, política e muito sobre pescaria.
Já prontos, com a viagem marcada para o Mato Grosso, surgiu João Bastos, que pediu para participar dessa pescaria, embora ele não soubesse nada desse esporte. Mas dizia que era exímio caçador. O grupo concordou em levá-lo e seria útil pois tomaria conta do acampamento, que ficava à beira de um rio afluente.
Lá chegando, o grupo ficou surpreso quando João mostrou sua arma de caça. Ao invés de uma arma de alto calibre, era apenas uma espingarda de chumbinho bem simples. Isso causou preocupação para o grupo. Chamaram o João e disseram:
– João, não vá pra longe! Fique só perto do acampamento, porque por aqui costuma aparecer onça. No rio tem jacaré, e se cuide.
Assim, que foi dado o recado, João viu uma codorna e foi atrás atirando , quando pensava ter abatido a ave ,ela saia correndo. E o pessoal só rindo. Depois de uma hora, o grupo saiu para a pescaria. E eles avisaram mais uma vez o João para que não se afastasse do alojamento, mas ele não desistia de caçar a codorna.
Na volta da pescaria, os amigos perceberam que João havia sumido, procuraram pela redondeza e nada de encontrá-lo. A noite chegou, e eles encerraram as buscas e de manhã deram continuidade.
Decidiram, então comunicar a seus familiares. Quase a noitinha eis que o João surge com a espingarda nas costas. Estava triste, cabisbaixo, com a camisa e a calça toda rasgada. Todos correram ao seu encontro e perguntaram o que tinha acontecido. E o João respondeu:
–Fui atrás daquela fdp de codorna e me perdi!
–Mas você matou a codorna? Alguém indagou.
-Não, mas expulsei ela do Mato Grosso!
Está explicado o seu apelido…

Oswaldo Crisante