Como é bom relembrar momentos especiais . Na 10ª FLIP (Festa Literária internacional de Paraty), em 2012, estive com o escritor Luiz Fernando Veríssimo, uma das personalidades do evento..
Lá também conheci João Fontes, um homem simples que trabalha como corretor, que é sem dúvida um poeta de cordel.
Depois que uma poetiza contou uma história de um homem modesto da roça, João aproveitou a deixa e pediu a palavra. Isso depois de tomar uma cachaça branquinha de Paraty, que a copeira servia junto com outras bebidas.
Ele contou situações que viveu quando, a trabalho, foi mostrar um sítio e uma fazenda aos clientes .
Antes de chegar à propriedade, o homem perguntou ao João se lá tinha formigas. O comprador tinha horror à formiga. “E, João foi taxativo: “ Não, não tem !”.
Então, perguntou sobre as dimensões da área e da casa sede. E, João deu-lhe todas as informações com precisão. Disse que havia uns gados, porcos, tinha uns cabritos, dois cavalos e que era um sitio bem simples, por isso o preço estava ótimo.
Mas, a maior preocupação de seu cliente era com as formigas. E João, mais uma vez, afirmou que lá não havia formigas.
Depois de ver e gostar do sítio, perguntou mais uma vez pro João:
–Estou querendo fechar o negócio. Mas diga-me: Têm formigas por aqui?
João foi ficando preocupado e decidiu esclarecer:
–Formigas? Formigas, não têm. Só tem um casal, mas recebe muitas visitas…
O Veríssimo gostou muito. João foi aplaudido, pois o sarau estava muito poético…