Na semana passada, contei a passagem de um deles. Mas, hoje, vou relatar a história de um homem com temperamento calmo, de estatura baixa, gordo, com tom de voz suave, sempre alegre, caminhava com leveza, e também era chamado por muitos de Sargento Garcia
E, assim, por onde ele passava deixava saudades. A sua vida foi marcada por momentos pitorescas que ficaram inesquecíveis.
Ficou eternizado como uma das figuras folclóricas mais importantes de nossa cidade, embora fosse natural de São Luiz do Paraitinga, onde todos o conheciam desde pequenino e não se via maldade no seu jeito de ser.
Esse episódio aconteceu no município de Magé, Rio de Janeiro, quando Loiola foi transferido do seu trabalho para lá.
No primeiro carnaval em que passou naquela cidade, ele montou um bloco para participar de um concurso que era realizado sempre na quarta-feira de cinzas, para saber qual era o bloco mais escrachado, sendo que, o pior entre os piores recebia um prêmio. E ele, então, organizou com os amigos o Bloco da Agonia, que foi o maior sucesso no carnaval daquele ano.
No seu bloco se via de tudo: bêbado com calças rasgadas na bunda, tantos mendigos e fantasias apavorantes e endemoniadas. Certamente seu bloco foi pior que o “bloco dos açougueiros” que levava pernil de animais bovinos nos ombros, peças putrefatas e vestia avental todo ensanguentado, uma coisa horrorosa.
Foi desta forma que Loiola foi vencedor do concurso, derrotando o bloco que sempre fora campeão. Assim, ele ficou com a maior moral em Magé.
Uma semana após, ainda com aquele entusiasmo, convidou Mazinho, um puxador de samba que participava direto das escolas de samba do Rio de Janeiro, para vir à Taubaté.
A proposta era para que ele fizesse um show no “Sábado de Aleluia”, nas escolas de samba Acadêmicos do Chafariz e Império do Morro. Desta maneira, foi acertado o cachê.
Só que o Loiola veio bem antes para Taubaté, e não avisou ninguém à respeito do contrato com o pessoal do samba de Magé.
Na quinta-feira, Mazinho apareceu na praça D. Epaminondas, depois de esperar horas pelo amigo na rodoviária, e perguntou por Benedito Inácio Vieira. Às pessoas que estavam na praça disseram desconhecer a pessoa, até que ele citou o nome de Loiola. Aí tudo ficou mais fácil e, finalmente, indicaram a sua residência que ficava na Rua São José.
Mazinho e seus amigos foram para lá. Bateram palmas na casa indicada, e eis que surge Loiola todo sorridente:
–Mazinho, você por aqui!?
–Loiola, e o show que você combinou?
Surpreso, retorna Loiola:
– Você tem certeza que é hoje, mesmo, Mazinho!?
Aproveitando o embalo segue mais uma passagem contada por ele mesmo, essa figura folclórica da cidade, que deixou saudades.
Ele fumou um cigarro desses…. e levou a “bituca” para casa, deixando-a na janela do banheiro.
No dia seguinte, sua mãe ao limpar o banheiro, achou a bituca. E, como gostava de fumar um cigarrinho de palha, não pensou duas vezes e fumou o tal cigarro.
Na hora do almoço, assim que ele chegou, sua mãe o interpelou e disse:
–Meu filho Bendito, que cigarrinho bom! Traz outro pra mim!
–Mãe, nada disso!. Esse é o cigarrinho do capeta!