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sexta-feira 22 novembro 2024
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Coluna de Cinema – Jumanji: Próxima Fase

Dois anos se passaram desde que acompanhamos Jumanji retornar ao cinema em forma de continuação e reboot do clássico de 1995. Se haviam dúvidas sobre essa nova roupagem da franquia, elas logo ficaram de lado quando recebemos um filme divertido, criativo e espirituoso, com bastante cara de videogame, atingindo em cheio a proposta dos realizadores. Com a grata surpresa, essa Próxima Fase já se inicia com uma carga maior de expectativas.
Trazendo todos os personagens de volta, tanto os do mundo real quanto os presentes no jogo, o longa tem a estrutura parecida com seu predecessor, afinal não dá para ignorar o que deu certo. Dessa vez, porém, após o jogo ser quebrado anteriormente, o garoto Spencer (Alex Wolff), na tentativa de consertá-lo, é puxado para dentro do videogame. Sem uma ideia melhor, toda a turma resolve encarar os perigos de Jumanji novamente para não deixarem o amigo sozinho. O detalhe do jogo estar quebrado, entretanto, muda algumas regras e, sendo assim, a velha conhecida floresta dá lugar a novas paisagens e desafios.
O grande feito aqui é, ainda que mantenha a estrutura básica, conseguir aproveita-se ao máximo da dinâmica da mitologia estabelecida no filme anterior. A troca dos avatares controlados dentro do videogame traz frescor para a trama e novas situações inusitadas. O acréscimo dos veteranos Danny DeVito e Danny Glover ao elenco também rende piadas durante toda a jornada. Mas o mais nítido é, sem dúvidas, o quanto Dwayne Johnson, Jack Black, Kevin Hart e Karen Gillan estão mais confortáveis em retornar para seus papeis, demonstrando total compreensão sobre serem avatares controlados por outros personagens, acompanhando seus trejeitos, expressões e o modo de falar, conferindo a personalidade adequada para os jogadores ainda que em corpos diferentes. A química entre o grupo principal é o fator responsável por dar liga em toda essa fantasia.
Nos quesitos mais técnicos, Jumanji: Próxima Fase não traz inovações. O diretor Jake Kasdan retorna com sua direção precisa e que entende o espírito do longa, mas repete suas mecânicas sem mexer no time que está ganhando. O roteiro, embora esperto e sagaz, repleto de diálogos engraçadinhos, ainda é o ponto mais fraco, uma vez que aposta em uma trama bem simples, cheia de conveniências e facilidades se ancorando, muito provavelmente, na questão de se tratar de uma história de um jogo antigo, da época em que os games não tinham complexidade narrativa. Simples e suficiente para empurrar o filme para frente, no entanto.
Sem se reinventar, porém não deixando de caminhar em direção ao futuro, temos uma sequência tão divertida e espirituosa quanto seu precursor. Uma caminhada leve que faz voar as duas horas de duração e, antes de chegar ao fim, ainda deixa bem anunciada, durante os créditos, uma última fase vindoura.

Por Giuseppe Turchetti