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segunda-feira 2 dezembro 2024
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Cirurgia bariátrica: saúde em primeiro lugar

O procedimento não deve ser associado à estética e pode ser o primeiro passo para a melhora da qualidade de vida do paciente
De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde, divulgados em 2017 uma em cada cinco pessoas no Brasil está acima do peso. Atualmente, a obesidade é uma das condições de saúde mais presentes na população brasileira e está relacionada tanto a fatores genéticos quanto hábitos de vida pouco saudáveis, como alimentação desequilibrada e sedentarismo.

Diante desse cenário, números da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) apontam para o crescimento no volume de intervenções realizadas no Brasil: foram 105.642 mil cirurgias no ano de 2017, ou seja, 5,6% a mais do que em 2016, quando 100 mil pessoas fizeram o procedimento no setor privado, de acordo com os dados mais atuais fornecidos pela entidade. Deste total, estima-se que cerca de 70% das pessoas que realizam o procedimento no país são mulheres.

Considerando dados do Sistema Único de Saúde, a busca pela cirurgia bariátrica na rede pública também comprova esse aumento de demanda. Entre os anos de 2008 e 2017, houve um aumento que representa 215% na realização desse tipo de intervenção. O crescimento anual médio é de 13,5%.

Mas esses números não significam que não há restrições. Um dos fatores limitantes e essenciais para a realização da cirurgia de redução de estômago, como ficou conhecida, está relacionado ao perfil de paciente elegível para este tipo de intervenção.

“A redução de estômago é recomendada para pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 40, ou maior que 35, desde que possuam um conjunto de doenças associadas à obesidade, como diabetes, hipertensão e dislipidemias (anomalias dos lipídios no sangue). Além disso, a cirurgia também é recomendada para pacientes com o IMC maior que 30 com diabetes de difícil controle”, explica Thales Delmondes Galvão, cirurgião bariátrico.

Saúde x Estética

A imagem mais esbelta e a busca por padrões de medida tidos como os ideais salta aos olhos de quem desconhece o tema a fundo. Nas mídias sociais, páginas de pessoas que obtiveram rápida perda de peso ressaltam o apelo visual como principal fator de referência sobre o tema. No entanto, o Dr. Thales alerta que é preciso cautela para que a redução de estômago não seja encarada como uma mera cirurgia estética.

“Conceitualmente, a beleza deve ser o último fator para o paciente procurar a cirurgia bariátrica. A qualidade de vida deve ser priorizada”, explica o médico.

Caso o paciente opte por realizar a redução de estômago, é necessário reforçar que a cirurgia não é a única ação a ser tomada para o início de uma vida mais saudável. O paciente deve buscar acompanhamento de uma equipe multidisciplinar que vai além do cirurgião e inclua ainda cardiologista, nutricionista, endocrinologista, fisioterapeuta, pneumologista e psicólogo.