Assinatura aconteceu durante congresso voltado à micro, pequenas e médias indústrias em São Paulo
O Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) assinaram nesta terça-feira, 3, um acordo de cooperação com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para a promoção de acesso a linhas de financiamento que deverão beneficiar micro, pequenas e médias empresas. O objetivo é fomentar investimentos que aumentem a inovação, a produtividade, a sustentabilidade e a competitividade.
O acordo foi assinado durante o 15º Congresso da Micro, Pequena e Média Indústria promovido pelo Ciesp e pela Fiesp. O evento, que aconteceu na sede das duas casas em São Paulo, teve a participação do ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, e do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
O acordo de cooperação oferece o apoio da Finep para programas, projetos e investimentos que se relacionem com o desenvolvimento econômico e social do país. A entidade, que é empresa pública do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, tem como uma de suas ações prioritárias apoiar micro, pequenas e médias empresas.
A formalização do acordo de cooperação entre a Finep e as duas entidades representativas da indústria paulista deverá possibilitar o desenvolvimento de ações conjuntas. “A troca permanente de informações sobre o meio empresarial e a Finep é instrumento relevante para viabilizar a decisão de investir, por parte do empresariado, e a construção de novas políticas operacionais, por parte da Finep”, afirma o documento.
De acordo com o presidente do Ciesp, Rafael Cervone, o acordo prevê ações como a divulgação permanente e atualizada das políticas e programas, o intercâmbio de informações para aprimorar as políticas operacionais e processos da Finep, a capacitação de colaboradores indicados pelo Ciesp e pela Fiesp para a divulgação das linhas da Finep e a realização de rodadas de negócios, seminários e palestras que ajudem a promover o acesso das MPMEs (Micro, Pequenas e Médias Empresas) às linhas de financiamento.
“É um convênio para estimular a inovação e tecnologia em busca de novas soluções. Também foi lançado o cartão do BNDES. Tudo isso para ajudar as empresas menores a crescerem, investirem e inovarem, ou seja, a buscarem uma ‘nova pegada’ com um custo acessível”, disse Cervone.
Durante seu discurso, Cervone chamou de corajosos e valorosos os micro, pequenos e médios empresários e ressaltou que ninguém mais do que eles sentiram os efeitos econômicos ruins provocados pela pandemia de covid-19.
Já o presidente da Fiesp, Josué Gomes, afirmou que esta “é a década do Brasil” e que o país oferece a solução que o mundo precisa quando o tema passa pela energia limpa e pela segurança alimentar, por exemplo.
Estatísticas positivas
O ministro Márcio França disse acreditar que com a reforma tributária, novos micro, pequenos e médios empresários poderão ser mapeados pelo Estado, visto que muitos se mantém afastados por medo de serem tributados. Na sua avaliação, essa reaproximação poderá permitir ações de digitalização que deem suporte à essas empresas.
Já Alckmin citou vários programas do Governo Federal que buscam promover o que chamou de “neo industrialização” do país. “Antes se perguntava se onde eu fabrico, os produtos são bons e baratos. Hoje a pergunta é se é bom, barato e se compensam as emissões de carbono. O Brasil passou de 5º para 2º país que mais tem atraído investimentos no mundo. Estamos num momento positivo, com estatísticas positivas”, disse o vice-presidente, citando a queda gradativa nos juros, redução do desemprego, o câmbio competitivo, a aprovação da reforma tributária e do arcabouço fiscal, como exemplos.
Macrotendências
Na sequência, o presidente do Ciesp, realizou a palestra “Macrotendências Mundiais – Um Olhar Estratégico para o Futuro” e participou de um debate com consultora especialista no assunto da Universidade de São Paulo, Elaine Coutinho Marcial.
Em sua palestra, Cervone mostrou a análise feita sobre mais de 400 bancos de dados do Ciesp e da Fiesp. Ele abordou nove temas: saúde, infraestrutura, trabalho e qualificação, alimentos, urbanização, segurança, energia, perfil do consumidor e entretenimento e turismo. Foi a primeira vez que Cervone apresentou a palestra à empresários paulistanos. Ele tem percorrido todo o estado de São Paulo com a palestra.
“O importante é a gente ficar conectado a essas tendências para não ser atropelado por elas e, sim, surfar nessa onda”, disse Cervone.
Elaine Coutinho Marcial foi na mesma linha de pensamento e disse achar importante despertar o olhar da sociedade para as mudanças. “Nós precisamos enriquecer a capacidade de olhar para a frente. O mundo de hoje é completamente diferente do que o que teremos no futuro”, disse. Ela ainda citou alguns temas complementares à palestra de Cervone como física quântica, diversidade cultural e políticas aeroespaciais. A especialista da USP também trouxe uma preocupação com o desemprego que as novas tecnologias podem gerar para alguns nichos profissionais. Novos debates sobre macrotendências deverão ser realizados pelo Ciesp em São Paulo em breve.