Para alguns autores que trabalham a questão afro, a religiosidade afro-brasileira seria a maior prova desse vínculo orgânico entre a população negra no Brasil e a tradição africana, sob o signo da cultura negra, em particular da herança sudanesa do candomblé baiano. Para eles, ao contrário, do que pensavam Nina Rodrigues, Arthur Ramos e outros, a manutenção de sua cultura autônoma teria um valor intrínseco como alternativa civilizacional, independente da influência europeu-ocidental.
Concomitantemente, nos anos 70, em parte pela devoção pessoal do historiador Agostinho da Silva, surgiu o Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade da Bahia, que vem formando uma série de pesquisadores desde então. Posteriormente, nos anos 80 e 90, se somaram a esta organização outros centros de pesquisa e formação, como o Centro de Estudos Africanos da Universidade de São Paulo, o Centro de Estudos Afro-Asiáticos da Universidade Candido Mendes e o Núcleo Negro da UNESP para pesquisa e extensão. Trata-se, hoje, de instituições responsáveis por boa parte da produção nacional mais pormenorizada sobre a história da África e dos africanos no Brasil.
Atualmente, os estudos sobre a África e os africanos, no Brasil, continuaram vinculados, mesmo que indiretamente, à ação dos movimentos negros contemporâneos em prol de uma visão multicultural da identidade nacional, com suas diversas vertentes.
Centros de Estudos Afro-Brasileiros
out 25, 2019Bruno FonsecaLiteratura em gotasComentários desativados em Centros de Estudos Afro-BrasileirosLike
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