Catedral de Notre-Dame : o espírito da fé e o espírito de um povo

A catedral é como um ser vivo: fere-se, danifica-se, mas renasce sempre de novo para uma nova vida.
Do início da catedral de Notre-Dame remontam aos albores do gótico. A sua história é como a de uma pessoa que atravessou a sua vida marcada pelo sofrimento, pelas feridas.
Algumas vezes parece estar ás portas da morte, mas no fim renasce e revive. Nos inícios do século XX, um jovem entra no interior de Notre-Dame na tarde de natal. Estavam a celebrar-s as vésperas solenes em gregoriano. O jovem ficou fulgurado. Nesse momento, dirá depois, teve a vida mudada, e já não conseguiu inverter a direção. É Paul Claudel, um do maiores oetas franceses. A partir daquele momento, ele que era profundamente anticristão, tornar-se-á cantor da fé e da beleza.
Nas catedrais, portanto, experimenta-se uma sensação espiritual, misteriosa, um sentido de transcendência que mesmo o não crente percepciona.
A catedral era e é o coração no interior da concepção da polis, da planimetria da cidade. Em certo sentido, a vida emanava e convergia para lá.
Outro elemento a sublinhar é que o fiel encontra lá não só a sua f´, os símbolos maiores de seu credo, mas também a grandeza, a beleza. As catedrais m todo o mundo exprimem o espírito da fé, mas também o espírito de um povo de um ponto de vista histórico-cultural. Isto é importante e deve ter-se presente.
O fato de que Notre-Dame seja propriedade do Estado significa que é considerada por todos como um bem inalienável. Unem-se profundamente a dimensão religiosa, quer a cultural e política.
É preciso recordar sempre que as catedrais são corpos vivos que sofrem todas as feridas da história e renasceram sempre.
A igreja magnífica edificada pela arte gótica e neogótica renascerá. Certamente diferente. Qu a finitude da civilização européia representada pelas chamas mostrem também uma reconstrução dos seres humanos.