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sábado 21 setembro 2024
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Caridade para com os criminosos

Caridade para com os criminosos

• Cristina de Guadalupe
A CARIDADE É ATO DE AMOR POR EXCELÊNCIA. E o Amor é a primeira e maior Lei da Natureza, conforme encontramos no “Decálogo” recebido por Moisés, falado e exemplificado pelo Mestre Jesus em sua passagem de vida encarnado na Terra; e, reafirmado pelos Espíritos dentro da Doutrina que esposam e trouxeram para nós na Codificação compilada por Allan Kardec.
Estamos já de alguns anos para cá assistindo ao crescimento da violência, seja física ou moral, praticadas por um ou vários indivíduos em comunhão criminosa, totalmente desajustados, agindo e vivendo ao arrepio das Leis de Deus, as quais regem o Universo com imparcialidade. Como não poderia deixar de ser ante seu caráter Divino.
E o que fazer em meio a tudo isso?
Cada qual possui o livre arbítrio e deve escolher sua posição ante as agressões sofridas e/ou que chega ao seu conhecimento, sabedor de que só o amor pode vencer as vicissitudes; que devemos fazer ou julgar o outro de acordo com o que desejamos seja feito conosco em idêntica situação; e, nos lembrando da semeadura advinda do nosso plantio.
Para a nossa reflexão a respeito, transcrevemos texto encontrado em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – Cap. XI – Amar ao próximo como a si mesmo – item 14 – Instruções dos Espíritos: –
“A verdadeira caridade constitui um dos mais sublimes ensinamentos que Deus deu ao mundo. Completa fraternidade deve existir entre os verdadeiros seguidores da sua doutrina. Deveis amar os desgraçados, os criminosos, como criaturas, que são, de Deus, às quais o perdão e a misericórdia serão concedidos, se se arrependerem, como também a vós, pelas faltas que cometeis contra sua Lei. Considerai que sois mais repreensíveis, mais culpados do que aqueles a quem negardes perdão e comiseração, pois, as mais das vezes, eles não conhecem Deus como o conheceis, e muito menos lhes será pedido do que a vós.
Não julgueis, oh! Não julgueis absolutamente, meus caros amigos, porquanto o juízo que proferirdes ainda mais severamente vos será aplicado e precisais de indulgência para os pecados em que sem cessar incorreis. Ignorais que há muitas ações que são crimes aos olhos do Deus de pureza e que o mundo nem sequer como faltas leves considera?
A verdadeira caridade não consiste apenas na esmola que dais, nem, mesmo, nas palavras de consolação que lhe aditeis. Não, não é apenas isso o que Deus exige de vós. A caridade sublime, que Jesus ensinou, também consiste na benevolência de que useis sempre e em todas as coisas para com o vosso próximo. Podeis ainda exercitar essa virtude sublime com relação a seres para os quais nenhuma utilidade terão as vossas esmolas, mas que algumas palavras de consolo, de encorajamento, de amor, conduzirão ao Senhor supremo.
Estão próximos os tempos, repito-o, em que nesse planeta reinará a grande fraternidade, em que os homens obedecerão à lei do Cristo, lei que será freio e esperança e conduzirá as almas às moradas ditosas. Amai-vos, pois, como filhos do mesmo Pai; não estabeleçais diferenças entre os outros infelizes, porquanto quer Deus que todos sejam iguais; a ninguém desprezeis. Permite Deus que entre vós se achem grandes criminosos, para que vos sirvam de ensinamento. Em breve, quando os homens se encontrarem submetidos às verdadeiras leis de Deus, já não haverá necessidade desses ensinos: todos os Espíritos impuros e revoltados serão relegados para mundos inferiores, de acordo com as suas inclinações.
Deveis, àqueles de quem falo, o socorro das vossas preces: é a verdadeira caridade. Não vos cabe dizer de um criminoso: “É um miserável; deve-se expurgar da sua presença a Terra; muito branda é, para um ser de tal espécie, a morte que lhe infligem. ” Não, não é assim que vos compete falar. Observai o vosso modelo: Jesus. Que diria ele, se visse junto de si um desses desgraçados? Lamentá-lo-ia; considerá-lo-ia um doente bem digno de piedade; estender-lhe-ia a mão. Em realidade, não podeis fazer o mesmo; mas, pelo menos, podeis orar por ele, assistir-lhe o Espírito durante o tempo que ainda haja de passar na Terra. Pode ele ser tocado de arrependimento, se orardes com fé. É tanto vosso próximo, como o melhor dos homens; sua alma, transviada e revoltada, foi criada, como a vossa, para se aperfeiçoar; ajudai-o, pois, a sair do lameiro e orai por ele. – Isabel de França. (Havre, 1862.) ”