Balanço de 2018 mostra avanço no processo e conscientização das famílias com mais de 80 vidas beneficiadas
O Hospital Regional de Taubaté, obteve recorde na captação de órgãos para transplantes no balanço de 2018. Ao todo, foram 18 captações efetivas contra 15 no ano de 2017.
De acordo com o Diretor Médico do HR, Dr. Caio Soubhia Nunes, o saldo positivo reflete o trabalho da comissão Intra-Hospitalar, formada por uma equipe multiprofissional que atua de forma a garantir segurança e qualidade durante todo o processo, tendo o tempo como fator de maior desafio. “Como o paciente se encontra em morte encefálica é muito difícil manter a viabilidade dos órgãos e quanto menor o tempo entre o diagnóstico e a doação mais vidas poderão ser salvas”.
A comissão é formada por membros das áreas assistenciais que funcionam como multiplicadores e auxiliares do processo junto aos profissionais responsáveis pelo diagnóstico e protocolo de morte encefálica, geralmente médicos das Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s), de Neurocirurgia e do Serviço de Emergência.
A constatação de morte encefálica é um processo que leva cerca de 24h e o paciente (potencial doador) passa por uma bateria de exames para diagnosticá-la, tudo para que não haja falhas em nenhum dos procedimentos realizados. É importante ressaltar que a família do paciente é informada sobre todos os passos dados pelas equipes médica e de enfermagem. “Percebemos que, quando a pessoa já falou sobre o assunto com o seu círculo familiar, essa decisão fica mais fácil, pois querem respeitar a decisão que o ente tomou em vida”, comenta o médico.
Contudo, o aprimoramento e preparo dos profissionais envolvidos na captação de órgãos não garante a concretização da doação. A relutância de alguns familiares no momento da autorização da doação pode inviabilizar o processo devido ao tempo. No Brasil, a doação de órgãos só acontece após autorização familiar, independente de qualquer manifestação por escrito por parte do paciente.
Em 2017, pelo menos 72 vidas foram beneficiadas com 15 captações de órgãos e tecidos que partiram do HR. Já em 2018 foram captados 34 rins, 14 fígados, 31 córneas, 2 corações, 1 pâncreas e 1 baço, beneficiando, ao todo, 83 vidas. Os órgãos são destinados para pacientes com compatibilidade triados pela Organização para Procura de Órgãos (OPO) de Campinas, responsável pela região.
Captações em 2019
O ano já apresentou resultados promissores, com 2 captações somente no mês de janeiro. Com isso, pelo menos 10 vidas puderam ser beneficiadas.