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sábado 16 novembro 2024
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“Capacete” de respiração evita intubação de pacientes com Covid-19

O 7 Lives Helmet foi desenvolvido por empresa com sede no Vale do Paraíba e reduz índices de mortalidade pela doença

O agravamento da pandemia da Covid-19 não é novidade para ninguém nas últimas semanas no Brasil. Hospitais em todas as cidades do país tem registrado uma ocupação próxima de 100% nos leitos de UTI e um risco eminente de desabastecimento de medicamentos para intubação. Em meio a um cenário de tantas incertezas, uma empresa com sede no Vale do Paraíba traz uma pontada de esperança no tratamento daqueles que já foram infectados: o “7 Lives Helmet”, capacete sete vidas, em tradução livre do inglês.

Como o próprio nome sugere, o “7 Lives” é um capacete estruturado em sua maioria com PVC atóxico e silicone, que permite uma ventilação mecânica não invasiva a pacientes de Covid-19, principalmente. O equipamento pode ser acoplado facilmente a ventiladores mecânicos ou então, na rede de gases própria do hospital, dispensando o uso do ventilador pulmonar.

“O ‘helmet’ é amplamente aceito e usado rotineiramente em alguns países como a Itália há mais de 20 anos. Eles já foram submetidos a vários experimentos e situações clínicas que mostraram maior conforto e melhora da tolerabilidade dos pacientes, quando comparado à máscara facial, por exemplo”, explica o fisioterapeuta Renato Abreu, que também é diretor da Agile Med, empresa que desenvolveu o 7 Lives Helmet no Brasil.
E de fato, as pesquisas mostram resultados satisfatórios.

Em uma análise realizada pelo Biomed Central (BMC) do Reino Unido com 306 pacientes que foram submetidos ao tratamento com o capacete, durante o surto de Covid-19 no ano passado, 69% deles foram bem sucedidos e não precisaram de intubação endotraqueal posterior. E não para por aí: em um ensaio clínico randômico da Universidade de Chicago, 83 pacientes foram submetidos a ventilação não invasiva, sendo 39 deles com máscara facial e 44 deles com o capacete. 61,5% dos pacientes que estavam com máscara facial foram submetidos a intubação endotraqueal posteriormente, enquanto apenas 18,2% dos que usaram o “helmet” precisaram ser intubados.

“O 7 Lives Helmet contribui também para uma menor taxa de mortalidade de pacientes que necessitam de ventilação mecânica. Com maiores índices de sucesso, segundo as pesquisas, os pacientes precisam de menos dias de suporte ventilatório e consequentemente, menos tempo de hospitalização e maiores chances de recuperação”, completa o fisioterapeuta.

Apesar de ser uma novidade no tratamento da Covid-19, o capacete já é uma realidade em diversos países do mundo, desde 1990, quando foi publicado o primeiro ensaio de resultados do equipamento. A partir disso, profissionais do mundo inteiro, como os da Agile Med, se dedicam a aprimorar e colaborar para obter maiores chances de tratar pacientes que necessitam de respiração mecânica, sem que ela se torne invasiva.

No Vale do Paraíba e região, o “helmet” já é uma realidade no Hospital Regional de São José dos Campos, no Hospital Regional de Taubaté e no Hospital Regional de Caraguatatuba. “Agora que já temos a aprovação da Anvisa, queremos que mais pessoas tenham acesso a esse tipo de tratamento, que, além de ser mais confortável, apresenta resultados mais efetivos em pacientes no mundo todo”, finaliza Abreu.

Sobre o 7 Lives Helmet

Aprovado pela Anvisa, o 7 Lives Helmet é uma interface a ser utilizada em ventilação não invasiva, com ou sem ventilador mecânico. A sua estrutura permite a formação de um ambiente com pressão positiva e enriquecido com oxigênio. A maior parte do seu material é feito com PVC atóxico e a membrana de vedação do pescoço é produzida com látex ou silicone, garantindo conforto e adequado ajuste para diferentes pacientes. Para fixação do produto na cabeça, duas alças de polipropileno com fechos ajustáveis e neoprene dão segurança, conforto e fácil limpeza ao usuário. Esta interface conta com duas válvulas para conexões dos circuitos de fluxo inspiratório e/ou expiratório. Próxima à boca do paciente, há ainda uma válvula de alimentação que permite tanto o fornecimento de líquidos, quanto de alimentação através da passagem de sondas.