Com o tema “As religiões e suas identidades culturais em Taubaté: valorizá-las é preciso!”, a Câmara Municipal realizou solenidade dia 13 para promover o diálogo inter-religioso. A cerimônia foi presidida pela vereadora Gorete (DEM), e o pronunciamento oficial foi apresentado pelo vereador João Vidal (PSB). Loreny (Cidadania) participou do evento.
Representando o candomblé, Elaine da Silva explicou as origens africanas da religião e lamentou a hostilidade para com seus frequentadores. “A intolerância religiosa nos impede de mostrar nossas culturas e valores. Faltam conhecimento e respeito da população. Sonhamos ser reconhecidos e respeitados, não somente em Taubaté, mas em todos os lugares, uma vez que temos sofrido muita intolerância. Oxalá um dia possamos ver as religiões em diálogo para um bem maior.”
Pela comunidade espírita, Guilherme Soares Azeredo afirmou que o espiritismo preza pelo respeito ao próximo e sugeriu que as religiões não devem dividir, mas sim unir. “Nunca foi tão difícil lidar com nossos sentimentos, como na realidade. Nos templos religiosos, temos que acolher as pessoas que chegam, e a gente pode diminuir os espaços entre as religiões, acolhendo, amparando.”
O pastor Jorge de Souza Antunes falou em nome da comunidade evangélica, grupo que, sob diferentes denominações, representa 24% da população. “O fundamentalismo não vem das religiões, mas das pessoas, que têm seus valores distorcidos.
São atitudes que demonstram a necessidade desse ser humano ter suporte de fé. Há três pilares para serem trabalhados no ser humano: o biológico, o psicológico e o social; os pilares ecológico e espiritual foram incluídos há alguns anos, e o cristianismo evangélico tem objetivo de trazer esse conforto espiritual.”
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias foi representada por Biasantonio de Almeida Forastiero. “Nossa igreja tem esse lado pacífico, temos que ser tolerantes. Nossa primeira regra de conduta diz que pretendemos ter o privilégio de adorar a Deus de acordo com nossa própria consciência, e concedemos a todos os homens que possam adorar a Deus como, onde e quando quiserem. A liberdade religiosa está em nossa Constituição. Gostaria de pedir essa tolerância, esse amor.”
Em nome da Seicho-No-Ie, Decio de Carvalho Junior falou que escrituras do oriente e ocidente são unânimes em falar sobre a palavra e que a linguagem é a mais sofisticada ferramenta humana. “A religião também se dá em um contexto cultural, diferente em cada um de nós”, iniciou. “Acreditamos que Taubaté possa estar mais uma vez na vanguarda cultural da história do Brasil, nesse assunto, estimulando um diálogo permanente nas religiões, tendo como norte a questão cultural”, concluiu.
Reinaldo Galdino da Silva trouxe a riqueza das tradições umbandistas. “A umbanda é a única religião brasileira e foi constituída pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas. Luto para que ela seja reconhecida, principalmente em Taubaté, falo com os pais para que façam a legalização de seus terreiros, porque, muitas vezes, as diferentes religiões falam do diálogo, mas, na prática, não é dessa forma que somos recebidos. Em casa, eu falo das religiões católicas, evangélicas, vamos falar da religião do outro, o que ela faz de bom.”